Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2025
Entidade internacional mencionou especificamente Imane Khelif, medalhista de ouro na Olimpíada de 2024.
Foto: ReproduçãoCampeã olímpica e alvo de polêmica na Olimpíada de Paris (2024), a argelina Imane Khelif desistiu de disputar a Copa do Mundo de boxe na cidade de Eindhoven, Holanda, a partir deste fim de semana. A atleta de 26 anos sequer se inscreveu. Uma semana antes, a World Boxing havia anunciado a exigência de testes de gênero para todos os competidores.
O órgão regulador mencionou especificamente a pugilista, argumentando que ela teria de ser aprovada no exame para poder lutar em qualquer evento futuro, incluindo o de Eindhoven. Com isso, Imane vê frustrado o seu plano de retornar às competições internacionais, ao menos por enquanto.
A decisão polêmica gerou repercussão até mesmo fora do mundo esportivo. Em carta endereçada à Federação Internacional Holandesa de Boxe e à entidade do esporte na França, o prefeito de Eindhoven, Jeroen Dijsselbloem, criticou e medida:
“No que nos diz respeito, todos os atletas são bem-vindos a Eindhoven. Excluir atletas com base em ‘testes de gênero’ controversos certamente não se encaixa nisso. Estamos expressando nossa desaprovação a essa decisão hoje e pedimos à organização que admita Imane Khelif, afinal”.
A boxeadora conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Paris, em meio a um escrutínio internacional sobre ela e Lin Yu-ting, de Taiwan, também medalhista de ouro. O órgão regulador anterior do boxe olímpico, a Associação Internacional de Boxe (IBA), dominada pela Rússia, desclassificou as duas lutadoras do Mundial de 2023, alegando que elas não passaram em testes de elegibilidade.
Mas a IBA foi banida por décadas de irregularidades e controvérsias. O Comitê Olímpico Internacional (COI) organizou os dois últimos torneios olímpicos de boxe em seu lugar e aplicou as regras de elegibilidade de sexo usadas nas Olimpíadas anteriores. Khelif e Lin eram elegíveis para competir sob esses padrões.
Desde então, a World Boxing foi provisoriamente aprovada como organizadora do boxe nos Jogos de Los Angeles-2028 e tem enfrentado pressão de boxeadores e suas federações para criar padrões de elegibilidade de sexo. Seu presidente, Boris van der Vorst, pediu desculpas depois que Khelif foi destacada no anúncio do órgão regulador na semana passada.
Khelif planejava defender sua medalha de ouro no peso meio-médio nos Jogos de Los Angeles, mas alguns boxeadores e suas federações já se manifestaram contra sua inclusão. A argelina conquistou o ouro no evento de Eindhoven no ano passado, derrotando a australiana Marissa Williamson-Pohlman na final – em uma preparação para a Olimpíada de Paris-2024. (Com informações do O Estado de S.Paulo)