Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2015
“A sujeira da fuligem incomoda, a fumaça também, mas o que mais dói mesmo é ver a mata sendo destruída. Vai levar pelo menos 30 anos para se recuperar”, diz o lavrador Vilson Evangelista, 50.
Morador da comunidade de Conceição dos Gatos, em Palmeiras (BA), ele olhava incrédulo as grandes labaredas nas escarpas ao fundo de sua casa nesta sexta-feira (20).
E não é um caso isolado. Os vales esverdeados da Chapada Diamantina, onde a mata atlântica se encontra com o cerrado e a caatinga, estão virando cinzas pela sétima vez nos últimos 15 anos.
O incêndio é considerado um dos três piores deste século no local. Estima-se que o fogo tenha consumido a vegetação em uma área equivalente a 30 mil campos de futebol.
“Do ponto de vista ambiental, é uma catástrofe”, diz o secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler.
Os primeiros focos de incêndio surgiram há 25 dias. Desde então, o fogo alastrou-se até atingir o Parque Nacional da Chapada Diamantina, unidade de conservação.
De acordo com equipes de bombeiros militares e brigadistas voluntários que trabalham na região, ainda nesta sexta-feira os focos de incêndio na área de Morro Branco foram controlados. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, no entanto, as equipes vão permanecer no parque até o início do período chuvoso a fim de prevenir novos focos.