Segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2022
Depois de quase recuperar os empregos perdidos durante o primeiro ano da
pandemia, o mercado de trabalho deve encolher nos próximos meses, em decorrência de dois fatores: a incerteza política provocada pela eleição, que reduz o ímpeto das empresas em investir, e a alta da taxa de juros promovida pelo Banco Central (BC) para combater a inflação.
A crise sanitária fez o número de desempregados ultrapassar a marca de 15 milhões de pessoas (14,9% do total da força de trabalho do país). Ao longo de 2021, a recuperação da atividade diminuiu o desemprego de forma significativa, mas as perspectivas para este ano não são boas.
No boletim Focus divulgado ontem, o Banco Central (BC) informou que a mediana das expectativas do mercado para a variação do PIB em 2022 caiu para 0,36% – foi a 12ª semana consecutiva de queda dessa projeção, o que indica até a possibilidade de o Brasil entrar em recessão pelo segundo ano seguido.
Diante desse quadro, bancos e consultorias estimam que o total de desempregados deve permanecer acima de 12 milhões de pessoas em dezembro. Há instituições projetando cenário bem pior, em que o desemprego no fim do ano atingiria 14 milhões de brasileiros.
No curto prazo, o índice deve se aproximar do nível pré-pandemia – de 11,8% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2020 -, mas a tendência é voltar a crescer até o fim de 2022. Há expectativa de aumento da população ocupada, embora os riscos no horizonte com inflação, eleição e um possível recrudescimento da pandemia, com a variante ômicron, comprometam o cenário geral.
“O que estamos vendo nos últimos cinco meses é a recuperação dos postos perdidos durante a pandemia”, diz Bruno Imaizumi, da LCA. “Mas, é um movimento puxado pelas vagas informais. Vemos recordes sucessivos dos trabalhadores por conta própria, por exemplo, e o rendimento lá embaixo. Não é uma recuperação de qualidade.”
Seguro-desemprego
Com o reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 1.100 para R$ 1.212 agora em 2022, outros benefícios e serviços que usam o piso nacional como referência, também sofreram reajuste.
E um deles é o seguro desemprego, um benefício permite o pagamento de três a cinco parcelas de um salário mínimo para o trabalhador com carteira assinada demitido sem justa causa.
Por isso o em 2022, o valor do benefício será maior devido ao reajuste no salário mínimo, pois o valor da parcela não pode ser inferior ao salário mínimo vigente, que agora é de R$ 1.212.
Atualmente, o valor máximo do seguro-desemprego é de R$ 1.911,84 para quem ganha acima de R$ 2.811,60.