Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2017
Quando o idoso deixa de lado todas as atividades sociais para ficar em casa, em geral, com comportamento retraído, pode ser um sinal de incontinência urinária. Muita gente acredita que ela é inevitável na terceira idade, mas este é mais um dos mitos sobre esta faixa etária. A perda de urina tem causas específicas e pode ser tratada.
As causas da perda de urina são variadas, algumas bem graves e outras mais simples de serem resolvidas. O geriatra Roni Mukamal, coordenador do programa de medicina preventiva de um plano de saúde especializado na terceira idade, explica que alguns remédios para doenças crônicas comuns nesta faixa etária são diuréticos e causam um excesso de urina. Neste caso, basta fazer uma adequação na medicação.
Em outras situações, pode ser que o músculo da bexiga tenha ficado muito sensível com o decorrer dos anos, isto pode ser resolvido com fisioterapia para fortalecimento da musculatura pélvica ou cirurgia.
O envelhecimento prejudica a capacidade de adiar a urina. Também existe o risco de a incontinência estar associada a um câncer de próstata. Ela também pode ser um sinal de que o idoso está confuso e não percebe que precisa ir ao banheiro.
“Por ter causas tão variadas, é tão necessário procurar um geriatra. Este médico terá uma visão global da saúde do paciente, vai investigar a causa mais a fundo e não apenas tratar o problema”, explica Roni.
O geriatra alerta que a incontinência não pode ser vista como um problema natural da terceira idade.
“Nesta situação, o idoso começa a se isolar, sofrer de depressão e reduzir os movimentos. Isto causa perda de massa magra e uma série de outros problemas. Além disso, a perda de urina pode acabar em uma infecção urinária grave. Por isso, aos primeiros sintomas é necessário ir ao médico e restaurar a qualidade de vida”.
Se a incontinência é uma realidade, além de procurar ajuda profissional, é importante tomar alguns cuidados especiais.
“A higienização deve ser muito boa, porque, em caso de umidade excessiva, o idoso pode desenvolver uma infecção. Outra dica é esvaziar a bexiga antes de sentir vontade. Sempre que beber líquido, ir ao banheiro em seguida”, recomenda o especialista.
De acordo com a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), 7% das mulheres entre 20 a 39 anos têm incontinência. Dos 40 aos 59 anos, 17% relatam episódios; entre os 60 aos 79 são 23%, já acima dos 80 são 32%.
A incontinência urinária atrapalha a qualidade de vida da pessoa, pois ela, a qualquer momento, pode perder urina de forma involuntária. O problema pode aparecer em qualquer faixa etária, até mesmo no sexo masculino — comenta Alfredo Canalini, membro da SBU.
Fatores de risco e outros tipos de tratamentos
Além da idade, a incontinência urinária tem outros fatores de risco, como estar grávida, fumar e ser obeso.
“Quando a pessoa acima do peso tosse, a força feita sobre a bexiga é muito maior da que é feita por alguém magro. Mesmo que a pessoa obesa tenha os mecanismos de fechamento da uretra normais, a pressão feita durante uma tosse, será muito maior do que a capacidade que a uretra pode aguentar. O mesmo vale para mulheres grávidas”, comenta o médico.