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Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2017
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), que mede a inflação oficial do País, ficou em 0,3% em dezembro, o menor para o mês desde 2008, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (11). Com isso, o indicador fechou o ano de 2016 em 6,29% (o índice mais baixo dos últimos anos), abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central de inflação para 2016 era de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Em 2015, o IPCA havia avançado 10,67%.
Na ocasião, o País vivia o reflexo do movimento chamado tarifaço, resultante do represamento de preços, como o da energia, de maneira artificial pelo governo no ano anterior. O resultado foi o aumento de preços generalizado, tanto na cadeia produtiva quanto no setor de serviços. Em 2016, com o avanço do desemprego, os brasileiros reduziram o ritmo de consumo, o que diminuiu, por consequência, a pressão sobre os preços.
Em janeiro de 2016, a inflação começou alta, em 1,27%, mas cedeu nos três meses seguintes, até ter uma leve alta em maio. O motivo era que, embora já não houvesse mais a pressão da tarifa de energia, a grande vilã da inflação do ano anterior, os alimentos subiam por problemas nas safras pelo País.
Chuvas em abundância no Sul e secas no Nordeste fizeram disparar preços de alimentos importantes na cesta de compras do brasileiro. O cenário impediu que a inflação cedesse de forma mais contundente ao longo do ano. Em setembro, o índice de inflação ficou em 0,08%, menor taxa para o mês em 18 anos. A desaceleração da inflação abriu espaço para o corte na taxa básica de juros, a Selic. No mês seguinte, em outubro, o Banco Central cortou a Selic pela primeira vez em quatro anos, para 14%. Em novembro, o BC fez o segundo corte e baixou a taxa para 13,75%.
O mercado financeiro prevê queda contínua da inflação em 2017. A previsão é de que o IPCA encerre este ano em 4,81%, segundo o Boletim Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira (09). A partir deste ano, o intervalo de tolerância para a meta de inflação cai para 1,5 ponto percentual. Ou seja, o teto recua para 6% ao ano. (Folhapress)