Domingo, 01 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2025
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviaram uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quinta-feira (29) na qual afirmam ter desistido dos depoimentos de quatro testemunhas que haviam indicado, incluindo dois ex-ministros do governo.
As testemunhas das quais Bolsonaro desistiu no processo penal sobre golpe são:
* Eduardo Pazuello (PL-RJ), deputado e ex-ministro da Saúde;
* Gilson Machado, ex-ministro do Turismo;
* Amauri Feres Saad, advogado que teria ajudado na elaboração de uma minuta golpista e que acabou não sendo denunciado pela Procuradoria-Geral da República;
* Ricardo Peixoto Camarinha, médico cardiologista que acompanhou o ex-presidente.
Bolsonaro e outras 30 pessoas são rés por uma tentativa de golpe de Estado, que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), tinha o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter o político do PL no poder.
Os depoimentos de testemunhas indicadas exclusivamente por Bolsonaro começam a ser tomados nesta sexta-feira (30).
Uma das falas mais esperadas é a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi ministro da Infraestrutura do governo passado.
O governador foi ministro de Bolsonaro até março de 2022. Ele deixou o cargo para disputar o governo estadual e com isso, na prática, não participou de alguns dos principais episódios citados na denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro e seus auxiliares, como a reunião ministerial de julho de 2022.
Com as desistências indicadas, além de Tarcísio, a lista de depoimentos deve conter:
* Giuseppe Dutra Janino, ex-secretário de Tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral;
* Wagner de Oliveira, coronel e integrante da comissão que acompanhou eleições;
* Renato de Lima França, ex-subchefe para Assuntos Jurídicos do governo Bolsonaro;
* Jonathas Assunção Salvador Nery, que atuou como secretário-executivo da Casa Civil;
* Ciro Nogueira (PP-PI), senador e ex-ministro da Casa Civil.
Investigadores consideram os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Marinha os de maior relevância até agora.
O general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Júnior declararam que conversaram com Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira sobre a chamada minuta do golpe.
Outros depoimentos
A última audiência para oitiva de testemunhas está prevista para a próxima segunda-feira (2) com nomes indicados por Anderson Torres, Jair Bolsonaro e Walter Souza Braga Netto. Entre eles o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante militar do Planalto.
O Supremo já ouviu 43 testemunhas. Deste total, duas depuseram por escrito. As defesas pediram a desistência de 16 pessoas. A expectativa é que as audiências sejam concluídas na semana que vem.
O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, conduziu todos os depoimentos. Ele deu broncas, mandou recados e orientou testemunhas. Outros ministros da Primeira Turma, onde está o processo em andamento, também acompanharam alguns depoimentos. (Com informações do portal UOL)