Domingo, 25 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2025
O ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo deve ser o primeiro réu julgado à revelia no Supremo Tribunal Federal (STF) no processo da trama golpista. O investigado não apresentou defesa e deve continuar assim, segundo interlocutores da Corte. Neto do general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar, Paulo foi denunciado no inquérito do golpe há três meses, mas ainda não se defendeu no processo.
Figueiredo mora nos Estados Unidos. A Defensoria Pública da União (DPU) recusou pegar o caso, alegando não conseguir contatá-lo. Procurados, Paulo Figueiredo e o STF não responderam.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que Figueiredo usou sua “capacidade de penetração no meio militar” em programas de rádio e TV para amplificar “ataques pessoais (contra generais) e aumentar a adesão (ao golpe)”. Ele é o único integrante do quinto núcleo da denúncia.
As provocações de Figueiredo após ser denunciado
Logo após ser denunciado pela PGR, em fevereiro, Figueiredo publicou no X que estava “honrado” em constar da acusação. “Estou honrado em estar ao lado de patriotas neste documento histórico que reflete a ditadura na qual vivemos”, publicou.
Defensoria pública recusou assumir a defesa de Figueiredo
Figueiredo mora nos Estados Unidos e não foi intimado sobre a manifestação da PGR no Supremo. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, pediu à DPU para assumir a defesa de Figueiredo, mas o órgão recusou. A Defensoria diz que não consegue contatar o denunciado, o que prejudicaria o trabalho.
A expectativa no STF é que o imbróglio leve Figueiredo a ser julgado à revelia, sem contestar qualquer acusação feita pela Procuradoria ou dar sua versão dos fatos. Se isso se confirmar, será o primeiro caso desse tipo no julgamento da trama golpista.
STF vai julgar núcleo 3 nesta terça-feira
Nesta terça-feira, 20, a Primeira Turma da Corte começará a julgar a denúncia contra o núcleo três do processo. O grupo é composto por 11 militares do Exército e um agente da Polícia Federal. De acordo com a PGR, os 12 investigados estão envolvidos em um plano para matar o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
O STF já aceitou a denúncia contra os dois primeiros núcleos. O primeiro, chamado de “crucial”, inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), generais e ex-ministros da gestão bolsonarista. As informações são do portal Estadão.