Sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2025
O Instagram está intensificando ainda mais o controle sobre o que os jovens podem ver na plataforma. A rede social, que pertence à Meta, anunciou que começará a limitar o conteúdo que seus usuários adolescentes podem ver, com base num sistema de classificação etária que traz restrições para menores.
A empresa informou que as novas configurações de conteúdo começaram a ser implementadas gradualmente nas contas de adolescentes de Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Canadá, e devem estar totalmente disponíveis nesses países até o fim do ano. No Brasil, assim como no restante do mundo, o recurso deve chegar em 2026.
O sistema que será usado pela rede social é o elaborado pela Motion Picture Association (MPA), organização americana que representa os principais estúdios de cinema de Hollywood. Ela é conhecida, principalmente, por ser responsável pelo sistema de classificação indicativa de filmes nos Estados Unidos.
O Instagram vai usar o Parental Guidance Suggested (algo como Guia de recomendações para pais, em tradução livre) para menores, conhecido como PG-13. Há cinco categorias de classificação desenvolvidas pela MPA, que levam em conta critérios como cenas de sexo, violência, drogas e diálogos com palavrões para decidir se o conteúdo é próprio ou não para cada público. No Brasil, porém, a empresa não soube informar se seguirá a classificação PG-13 ou as diretrizes nacionais.
Ao escolher o padrão PG-13, o Instagram busca tornar sua nova política mais compreensível para os pais, disse Max Eulenstein, chefe de gerenciamento de produto do Instagram. Filmes com classificação PG-13 geralmente contêm alguns palavrões, violência moderada e nudez parcial, embora a Meta tenha afirmado que não recomendará conteúdo com nudez para usuários adolescentes.
“Nosso principal guia na experiência dos adolescentes são os pais e o que eles nos dizem que querem para seus filho. Foi isso que levou a essa mudança e ao foco no padrão PG-13”, disse Eulenstein em entrevista.
A Meta, que também é dona do Facebook, WhatsApp e Messenger, há muito tempo enfrenta preocupações sobre como seus aplicativos afetam crianças, e promete proteger menores de conteúdo inapropriado desde 2008.
Mark Zuckerberg, CEO da empresa, já foi duramente questionado por parlamentares sobre questões de segurança infantil. A companhia enfrenta processos judiciais em tribunais estaduais e federais que a acusam de prejudicar jovens com um produto viciante.
O Instagram possui centenas de milhões de usuários adolescentes, e as novas medidas representam sua atualização mais significativa em moderação de conteúdo para esse público desde a reformulação da política no ano passado, segundo Eulenstein.
Como parte das mudanças anteriores, as contas de menores de 18 anos passaram a ser privadas por padrão, o que significa que apenas seguidores aprovados poderiam ver suas postagens. No Brasil, essa mudança chegou em fevereiro.
As mudanças de segurança implementadas no ano passado limitaram o material que poderia ser exibido no feed dos adolescentes. As mudanças anunciadas nesta terça-feira dificultarão que adolescentes busquem ativamente conteúdo adulto e os impedirão de interagir com certas contas.
O aplicativo também introduzirá uma configuração chamada “Conteúdo Limitado”, que os pais poderão ativar e que será mais restritiva do que o padrão PG-13.
As novas regras também representam uma das primeiras grandes atualizações de segurança da Meta voltadas para chatbots de IA, que estão sendo criticados por interações prejudiciais com alguns usuários.
No Instagram, a empresa oferece “personagens de IA” — chatbots com personalidades fictícias que os usuários podem conversar como se fossem contas humanas. A Meta afirmou que esses chatbots não darão respostas inadequadas para a idade, que não estariam de acordo com um filme classificado como PG-13.
A nova política, que será implementada até o final do ano, também será aplicada às conversas com os chatbots de inteligência artificial da Meta, que estão sendo investigados por parlamentares devido a diálogos inapropriados com crianças.