Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de maio de 2017
Com a ajuda das contas de luz e dos combustíveis mais baratos, a inflação oficial voltou a recuar em abril. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,14%, o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com o resultado, crescem as pressões do mercado por um aumento do ritmo da queda dos juros.
A inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,08%, o menor patamar em dez anos. Essa é a primeira vez desde agosto de 2010 que o IPCA em 12 meses fica abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,5%. É esse reforço do alívio inflacionário mostrado pelo resultado de abril que permitiria uma aceleração no ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic, de 1 ponto para 1,25 ponto porcentual este mês, uma vez que um dos principais objetivos do juro alto é conter o consumo e, por sua vez, a inflação.
Um levantamento feito ontem pelo Projeções Broadcast com 35 instituições financeiras, após a divulgação do IPCA de abril, mostra que 14 delas já apostam em uma queda de 1,25 ponto porcentual na taxa básica de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que será realizada no final do mês. As outras 21 projetam queda de 1 ponto, de 11,25% para 10,25% ao ano.
Para o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, a questão agora não é tanto se o próximo corte da Selic será de 1 ou de 1,25 ponto percentual, mas onde a taxa pode chegar com a inflação dentro da meta. “Quando se olha a dinâmica da taxa de inflação, percebe-se que ela está em trajetória acentuada de queda, e o comportamento da inflação será levado em conta pelo Copom ao planejar as próximas quedas dos juros”, diz.