Principal concorrente do ChatGPT, o Gemini (modelo de inteligência artificial do Google) vai passar a “lembrar” de conversas anteriores dos usuários e usar essas informações como referência para as interações seguintes. A opção ficará acionada por padrão, sem que o usuário tenha que ativá-la. A ferramenta também irá incluir uma nova opção de conversa temporária, que funciona como uma espécie de “modo anônimo”. Os recursos já estavam disponíveis no ChatGPT, da OpenAI.
Com a “memória”, as ferramentas de inteligência artificial passam a considerar interações passadas na geração de novas respostas. Antes, para que isso acontecesse no Gemini, o usuário precisava ativar manualmente a opção das “lembranças” como uma preferência das configurações.
Como exemplo, o Google afirma que, caso o usuário já tiver usado o Gemini para pedir resumos de não ficção, o assistente poderá, no futuro, indicar títulos com temas semelhantes. Caso um personagem de quadrinhos tenha sido tema de conversas com a IA, a ferramenta pode incluir o tema em um pedido seguinte sobre sugestões de temas de aniversário.
A empresa diz que a função foi criada para tornar o Gemini mais “pessoal, proativo e poderoso”, como se a interação fosse com alguém que já “está por dentro” do assunto. O recurso poderá ser desativado nos ajustes da ferramenta, na seção “Contexto pessoal”, dentro de “Configurações”.
A memória entre conversas já foi alvo de debate no ChatGPT. Em abril, o New York Times relacionou a função a um aumento de relatos de “conversas delirantes” no chatbot da OpenAI, o que levou a empresa a reforçar barreiras de segurança para identificar sinais de sofrimento mental ou emocional. Ao site especializado The Verge, o porta-voz do Google, Elijah Lawal, afirmou, sobre o tema, que o Google está “constantemente” aprimorando proteções ao usuário.
Atualização das “Conversas Temporárias” precisam ser ativadas no Gemini. A função permite interações rápidas que não serão armazenadas no histórico nem usadas para personalizar futuras respostas, uma espécie de “modo anônimo” para o chatbot, como existem nos navegadores.
Nessas interações, que desaparecem após 72 horas, o Google não usará as informações para treinar os modelos de IA. A empresa sugere que o recurso seja usado para explorar questões privadas ou discutir ideias fora do padrão habitual do usuário. A opção é acionada dentro ao lado da opção ao lado de “Nova conversa”.
Outra atualização anunciada é nas configurações de privacidade do Gemini. A opção “Atividade dos apps Gemini” passará a se chamar “Manter atividade”. Com o recurso, o Google poderá usar “uma amostra” dos arquivos e fotos enviados nas conversas para “ajudar a melhorar os serviços do Google para todos”, o que significa que as interações serão usadas para treinar o modelo de inteligência artificial.
Essa configuração vem desativada por padrão. Isso significa que, caso o usuário queria que suas informações seja usadas para treinar o modelo de IA, ele precisará fazer essa escolha manualmente, o que ajuda “a melhorar os serviços do Google para todos”, afirma a empresa. As informações são do jornal O Globo.