Segunda-feira, 24 de novembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Inteligência artificial e gestão da saúde: o que o Brasil pode aprender com experiências nacionais e internacionais

Compartilhe esta notícia:

A telemedicina mostra que inovação médica pode reduzir filas e acelerar o acesso no SUS

Foto: Divulgação
Régis de Oliveira Júnior – jornalista e especialista em Inteligência Artificial. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A inteligência artificial abriu caminhos concretos para melhorar o acesso a médicos especialistas no SUS. A experiência de Campinas, onde a telemedicina avançou com a integração entre centros de saúde e especialistas, demonstrou que a análise eletrônica de exames e o encaminhamento mais rápido diminuíram o tempo de espera.

Um levantamento da prefeitura mostrou que milhares de pacientes foram atendidos em menos tempo após a digitalização de processos. Em um país onde as pessoas esperam meses para uma consulta, isso faz diferença direta na vida real.

Outras cidades brasileiras estão seguindo a mesma direção. Em Salvador, o uso de ferramentas digitais deixou o agendamento mais ágil e diminuiu o número de retornos sem necessidade. Em Florianópolis, a triagem inteligente ajudou a botar ordem na fila com base no quadro clínico, evitando que casos simples acabassem tomando vagas de alta complexidade. Essas são experiências que mostram que, quando tecnologia e gestão dão as mãos, a saúde pública reage de outro jeito.

O cenário internacional reforça essa tendência. No Reino Unido, o NHS utiliza sistemas automáticos para dar aquela força aos profissionais na avaliação inicial de sintomas. A Estônia, por sua vez, opera um prontuário eletrônico integrado que permite ao médico acessar o histórico do paciente em segundos. Nesses dois lugares, o resultado foi o mesmo: governos observaram melhora na qualidade da triagem e queda nas demandas repetidas.

A Organização Mundial da Saúde já aponta que soluções digitais, quando bem reguladas, podem ajudar a prever riscos, identificar padrões e organizar atendimentos com mais eficiência. Atenção: isso não substitui o cuidado médico. Pelo contrário, na verdade, amplia a capacidade de atender mais pessoas, sobretudo nos lugares onde faltam especialistas.

O debate, porém, precisa ser responsável. A tecnologia não resolve todos os gargalos. Sem investimento em infraestrutura, formação profissional, internet de qualidade e fiscalização rigorosa, a IA pode ampliar desigualdades em vez de reduzi-las. A inovação deve ser usada para servir a população, e não para cortar caminhos ou justificar a ausência do Estado. Tecnologia sem direção humana não transforma a vida das pessoas. Apenas cria novas promessas que não se cumprem.

* Régis de Oliveira Júnior, jornalista e especialista em Inteligência Artificial

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

Bula na gôndola?
https://www.osul.com.br/inteligencia-artificial-e-gestao-da-saude-o-que-o-brasil-pode-aprender-com-experiencias-nacionais-e-internacionais/ Inteligência artificial e gestão da saúde: o que o Brasil pode aprender com experiências nacionais e internacionais 2025-11-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar