Quinta-feira, 22 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2023
A invasão de extremistas às sedes dos três Poderes, em Brasília (DF), ganhou destaque na imprensa estrangeira. Manchete na página on-line de jornais como o britânico The Guardian, o The New York Times e o francês Le Monde, os acontecimentos no Distrito Federal foram comparados ao ataque ao Capitólio, sede do Legislativo nos Estados Unidos, que ocorreu dois anos atrás após a derrota de Donald Trump nas eleições de 2020.
O Guardian, um dos maiores jornais do Reino Unido, diz que “extremistas se recusaram a aceitar a vitória de Lula nas eleições presidenciais do ano passado” e que as “imagens chocantes” mostram “uma violação de segurança impressionante que foi imediatamente comparada à invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro [de 2021] por seguidores de Donald Trump”.
O francês Le Monde afirma que os opositores de extrema-direita “que se recusam a aceitar a eleição de Lula conseguiram romper os cordões de segurança”, e que os extremistas “pretendem atrapalhar” a volta do petista.
No americano The New York Times, que acompanhou a invasão ao vivo, os ataques foram classificados como um “protesto alimentado por falsas alegações de fraude eleitoral” pelo ex-presidente. “(A invasão) foi a culminação violenta de incessantes ataques retóricos de Bolsonaro e seus apoiadores contra o sistema eleitoral do país”, disse o jornal. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a lisura do pleito de 2022.
O The Washington Post, também dos Estados Unidos, reforça o paralelo com a invasão ao Capitólio de 2021 e menciona a depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. Extremistas quebraram vidros, mesas e assentos do plenário do STF e do Senado Federal.
“O incidente capturou os estranhos paralelos entre Bolsonaro e seu ídolo político, Trump, e ocorreu depois de meses em que os especialistas temeram uma ação que imitasse o estilo do 6 de janeiro aqui (nos EUA)”, disse o jornal.
O espanhol El País relata que “radicais” realizaram a invasão “exigindo uma intervenção militar para remover do poder Luiz Inácio Lula da Silva”. O jornal destaca a dificuldade de o novo governo lidar com as manifestações em frente a quartéis do Exército pelo país.
A emissora britânica BBC diz que a posse de Lula parecia ter impactado as manifestações nos quartéis, mas que a invasão de domingo mostra que a recusa dos descontentes em aceitar a vitória do petista continua.
“Parecia que o movimento deles havia sido freado pela posse de Lula – os acampamentos em Brasília haviam sido desmantelados e não houve interrupção no dia em que ele tomou posse. Mas as cenas de domingo mostram que essas previsões eram prematuras”, diz a BBC. As informações são do jornal O Globo.