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Política Invasão aos Três Poderes era convocada nas redes sociais desde a semana da posse; posts permanecem no ar

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Print mostra três exemplos de vídeos publicados que convidavam usuários para “tomar o poder” no dia 8 de janeiro. (Foto: Aos Fatos)

Mensagens de convocação para o ato golpista na Praça dos Três Poderes, em Brasília, nesse domingo (8), têm sido compartilhadas ao menos desde 3 de janeiro. Esses conteúdos permanecem no ar, mesmo desrespeitando políticas das plataformas em que foram publicados.

Levantamento preliminar do Aos Fatos identificou dezenas de posts que convocam bolsonaristas para garantir a “liberdade e a democracia”, “defender o país da ameaça comunista” e “tomar o poder”. Durante o ato terrorista, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) foram invadidos e depredados.

O Radar Aos Fatos identificou uma corrente que convocava “caminhoneiros, agricultores, pecuaristas, CACs”, entre outros, para “desentocar todos os ratos que se apossaram do poder” desde terça-feira (3). Outras publicações também foram identificadas entre terça e sábado (7) e acumulam dezenas de milhares de compartilhamentos e centenas de milhares de visualizações em plataformas como TikTok, Kwai, Facebook, Instagram e Telegram.

Na quarta (4), os influenciadores Oswaldo Eustáquio e Renato Gasparin fizeram uma transmissão ao vivo para chamar as pessoas para “tomarem o País”. Eustáquio pediu que 1 milhão de pessoas fossem a Brasília para que, assim, a invasão não se transformasse em um “voo de galinha”.

Um vídeo publicado no Kwai, na terça, convoca os usuários para um “ato em massa” para paralisar o país e tomar o Congresso – até a publicação desta reportagem, somava 10 mil visualizações.

Os posts mais virais, no entanto, começaram a ser publicadas após quarta-feira, como a “convocação constitucional de militares, reservistas, anticomunistas e antiditaduras”, que foi compartilhada por dezenas de usuários e ultrapassa as 100 mil visualizações até esse domingo (8).

As publicações virais do TikTok e do Kwai se disseminaram por outras redes, como Facebook e Instagram, nas quais também foram visualizadas por milhares de usuários. Um dos posts teve 820 mil visualizações e 48 mil compartilhamentos desde sexta-feira (6).

Aos Fatos também identificou em aplicativos de mensagens convocações para o ato terrorista em Brasília desde 4 de janeiro. Grupos no Telegram como “Clube das Armas”, “Nação Brasileira”, e “Família Brasil”, todos com cerca de 20 mil membros, compartilharam diferentes versões que convidavam as pessoas para ocupar a capital do Brasil. As convocações para a “tomada do poder pelo povo” continuam, inclusive, neste final de semana.

Contra as regras

Embora permaneçam no ar publicações com esse tipo de convocação, as plataformas têm políticas contra conteúdo extremista.

Segundo a política do YouTube, é proibido “conteúdo que apoie, promova ou ajude organizações criminosas ou extremistas violentas”. Especificamente a respeito de questionamento de eleições, a plataforma diz que a publicação de “conteúdo com alegações falsas de que fraudes, erros ou problemas técnicos generalizados mudaram o resultado da eleição presidencial do Brasil de 2018” também violam suas regras.

O Facebook afirma que “qualquer conteúdo contendo declarações de intenção, incitações, declarações condicionais ou intencionais, ou defendendo a violência devido a votação, títulos de eleitor ou à administração ou ao resultado de uma eleição”.

O TikTok diz não autorizar que “pessoas utilizem nossa plataforma para ameaçar ou incitar violência, ou promover organizações, indivíduos ou atos de extremismo violento” e que tem por regra apagar conteúdos com esse propósito. O Kwai também tem regras segundo as quais combate “o envolvimento em atividades terroristas ou elogie, glorifique, apoie ou promova organizações terroristas definidas como qualquer ator não estatal que se envolva, defenda ou preste apoio substancial a atos de violência que possam causar morte, ferimentos ou danos graves a civis com intenção de coagir, intimidar e/ou influenciar uma população civil, governo ou organização internacional para atingir um objetivo político, religioso ou ideológico”.

Já o Telegram proíbe mensagens que promovam a violência e “atividades reconhecidas como ilegais pela maioria dos países – como terrorismo e abuso infantil”.

Outro lado

Contatado por Aos Fatos, o Kwai afirmou que removeu da plataforma os vídeos enviados pela reportagem. “O Kwai reitera seu compromisso no combate à desinformação, principalmente, neste ano após as eleições. É importante esclarecer que todas as ações e iniciativas desenvolvidas pela plataforma para conter o avanço e propagação de conteúdos que tenham o potencial de prejudicar o processo democrático permanecem em andamento”. Representantes das outras plataformas não responderam ao pedido de informações.

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