Segunda-feira, 01 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2025
O Irã condenou à revelia o cineasta Jafar Panahi, vencedor da Palma de Ouro deste ano, a um ano de prisão e à proibição de entrar ou viajar para o país por supostas “atividades de propaganda” contra a nação. A informação foi confirmada por seu advogado à agência de notícias AFP nessa segunda-feira (1º). Segundo a defesa, a sentença foi proferida sem que Panahi estivesse presente no tribunal e se baseia em acusações que, de acordo com seus representantes legais, estão relacionadas ao posicionamento crítico do cineasta em relação às políticas do governo iraniano.
A proibição de viajar tem duração de dois anos, afirmou o advogado Mostafa Nili à AFP, acrescentando que pretende apresentar um recurso para tentar reverter tanto a pena quanto a restrição de circulação. Nili destacou ainda que a decisão judicial representa mais um capítulo na relação tensa entre Panahi e as autoridades iranianas, que há anos monitoram seu trabalho. O cineasta conquistou o prêmio máximo do Festival de Cannes em maio com o filme “Foi apenas um acidente”.
Coprodução entre Irã e França, o longa dirigido por Panahi foi escolhido para representar o país europeu na disputa pelo Oscar de Melhor filme internacional. Trata-se da mesma categoria na qual o Brasil concorre com “O agente secreto”, esperança nacional para avançar na premiação.
No dia 16 de dezembro, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciará a shortlist oficial com os filmes que permanecerão na disputa por uma indicação ao Oscar de Melhor filme internacional. A lista final de indicados será revelada em 22 de janeiro de 2026, quando todas as categorias terão seus concorrentes oficialmente confirmados. Já a cerimônia de entrega do Oscar está marcada para ocorrer em 15 de março, coroando os destaques do cinema mundial.