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Por Redação O Sul | 7 de março de 2020
O regime da Arábia Saudita prendeu ao menos dois integrantes da família real do país, disseram fontes à imprensa internacional. Entre elas, está o príncipe Ahmed bin Abdulaziz, irmão do rei Salman. Ainda não está claro o motivo da prisão dos príncipes. No entanto, segundo a Reuters, eles criticaram a nomeação de Mohammed bin Salman como príncipe herdeiro da Arábia Saudita.
Bin Salman se tornou herdeiro da Arábia Saudita em junho de 2017. A nomeação ocorreu em meio à prisão de 11 príncipes e dezenas de ministros da época — em uma medida encarada como um expurgo.
Por ter desempenhado uma série de cargos econômicos e militares depois da ascensão do rei Salman ao trono, em janeiro de 2015, o príncipe conseguiu ser nomeado colocado à frente na linha de sucessão do trono da Arábia Saudita.
Em 2018, o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em uma representação saudita na Turquia levantou acusações contra o príncipe, de que ele teria ordenado. Em setembro do ano passado, bin Salman reconheceu ter responsabilidade sobre a morte, mas nega ter ordenado a ação.
Assassinato de jornalista
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita disse que tinha responsabilidade pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, cometido por agentes sauditas no ano passado, “porque aconteceu sob minha guarda”.
Foi a primeira vez que Mohammed bin Salman, o governante de fato do reino, admitiu publicamente sua responsabilidade pessoal pelo assassinato cometido dentro do consulado saudita de Istambul por agentes vistos como próximos do príncipe.
A CIA (Agência Central de Inteligência, na sigla em inglês) e alguns governos ocidentais disseram acreditar que o príncipe ordenou a morte, mas autoridades sauditas dizem que ele não se envolveu.
Crítico do governo saudita, Khashoggi desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul. A morte provocou uma revolta global, maculando a imagem do príncipe herdeiro e ameaçando planos ambiciosos para diversificar a economia do maior exportador de petróleo do mundo e arejar a reclusa sociedade saudita. Bin Salman não visitou nem os Estados Unidos nem a Europa desde então.