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Por Redação O Sul | 12 de junho de 2015
A Itália suspendeu novamente a extradição de Henrique Pizzolato para o Brasil, após o Conselho de Estado acatar um recurso impetrado nesta sexta-feira (12) pelo advogado dele. A informação foi confirmada por fontes diplomáticas e pela Interpol italiana.
É a segunda vez que uma instância administrativa — teoricamente sem poder para reverter a extradição decidida pela mais alta corte do país e pelo Ministério da Justiça— impede a devolução de Pizzolato sob alegação de revisar os procedimentos formais da decisão da extradição. A decisão tem caráter provisório, segundo a informação recebida pela embaixada brasileira em Roma.
O fundamento para a suspensão da liminar foi a “irreversibilidade do dano” a Pizzolato, caso ele fosse extraditado antes da análise do recurso. Em maio, a defesa de Pizzolato obteve uma liminar no Tribunal Administrativo Regional do Lácio até o julgamento do recurso que alegava cerceamento de defesa. No dia 3, a corte administrativa já havia recusado a argumentação de Pizzolato, e o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi informou às autoridades brasileiras que ele poderia ser levado ao Brasil já no dia 15.
O Conselho de Estado, que barrou a extradição, é um colegiado formado por parlamentares e juristas e é a última instância da Justiça administrativa da Itália.
A notícia da suspensão da extradição causou surpresa e revolta entre diplomatas brasileiros em Roma que haviam discutido os detalhes da extradição do brasileiro com autoridades dos ministérios do Interior e da Justiça italianos.
O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, mas fugiu para a Itália antes de ser preso. (Folhapress)