Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2025
O cardeal italiano Pietro Parolin lidera as apostas para suceder o papa Francisco. Desde o dia do seu falecimento, plataformas de apostas começaram a receber palpites sobre qual cardeal assumirá a liderança da Igreja Católica. O Conclave, processo secreto dos cardeais da Igreja Católica para eleger o novo pontífice, começa nesta quarta-feira (7).
As bets têm movimentado milhões ao redor do mundo após a morte do argentino. No Brasil, assim como na Itália, não é possível apostar no Conclave em casas de aposta legalizadas. Contudo, bets de outros países apontam quem pode ser o novo líder da igreja. Na americana Polymarket, maior site de apostas do mundo, já foram investidos mais de U$13.262.765 no nome do próximo papa.
Parolin aparece com 27% de chances de ser eleito no conclave na Polymarket. O italiano, que é Secretário de Estado do Vaticano, além de concorrer, é responsável por conduzir o processo.
Depois, surge o nome do filipino Luis Antonio Tagle, 67, com 19%. Ele é favorável a reformas na Igreja Católica e grão-chanceler da Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma.
O terceiro lugar está com Peter Turkson, de Gana, com 14%. Matteu Zuppi, acerbispo de Bolonha, segue logo atrás, com 12%.
Na Itália, onde as apostas são proibidas, o jogo “Fantapapa” é popular entre os curiosos. Os jogadores criam uma equipe de 11 candidatos papais e ganham pontos se um membro for mencionado de forma proeminente na mídia dentro da Itália e além. Pontos extras são atribuídos se um de seus escolhidos for eleito, com bônus para palpites corretos sobre outros elementos, como o nome adotado pelo novo pontífice.
“Até o momento, (Cardeal Matteo) Zuppi é o candidato preferido”, disse Pietro Pace, um dos criadores do Fantapapa, à Reuters.
Pietro Parolin, o “vice-papa”
Segundo a agência Reuters, o favorito dos apostadores, Pietro Parolin é visto como um candidato de compromisso entre os progressistas e os conservadores. Ele foi diplomata da Igreja durante a maior parte de sua vida e atuou como secretário de Estado do papa Francisco desde 2013, ano em que Francisco foi eleito.
O cargo é semelhante ao de um primeiro-ministro, e os secretários de Estado são frequentemente chamados de “vice-papa”, pois ocupam o segundo lugar na hierarquia do Vaticano, atrás do pontífice.
Parolin atuou anteriormente como vice-ministro das Relações Exteriores no governo do papa Bento XVI, que em 2009 o nomeou embaixador do Vaticano na Venezuela, onde defendeu a Igreja contra as tentativas de enfraquecê-la pelo então presidente Hugo Chávez.
Ele também foi o principal arquiteto da reaproximação do Vaticano com a China e o Vietnã. Os conservadores o atacaram por um acordo sobre a nomeação de bispos na China comunista. Ele defendeu o acordo dizendo que, embora não fosse perfeito, evitou um cisma e proporcionou alguma forma de comunicação com o governo de Pequim.
Parolin nunca foi um ativista de linha de frente ou barulhento nas chamadas Guerras Culturais da Igreja, que se concentraram em questões como aborto e direitos dos homossexuais, embora tenha condenado certa vez a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em muitos países como “uma derrota para a humanidade”.
De fala mansa e gentil, Parolin devolveria o papado aos italianos depois de três papas sucessivos não italianos – João Paulo II da Polônia, Bento XVI da Alemanha e Francisco da Argentina.
Ele entrou para o serviço diplomático do Vaticano apenas três anos após sua ordenação sacerdotal em 1980, portanto sua experiência pastoral é limitada. Mas um fator a seu favor é que ele fala vários idiomas.