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Brasil Itamaraty pede diálogo entre Espanha e Catalunha

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Palácio Itamaraty é a sede do Ministério das Relações Exteriores. (Foto: Divulgação/Itamaraty)

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta quinta-feira (12) comunicado em que pede diálogo entre a Espanha e a região da Catalunha. No documento, o Itamaraty afirma que o Brasil vem “acompanhando com atenção os últimos acontecimentos na Espanha, país cuja transição democrática foi e é um exemplo para a América Latina”.

“Ao reiterar os laços de amizade e solidariedade que unem brasileiros e espanhóis, o governo conclama ao diálogo, no marco da legislação desse país, ressaltando a importância do pleno respeito à Constituição espanhola e ao Estado Democrático de Direito”, diz a nota.

A Espanha e a Catalunha estão em meio a novo impasse depois que a região separatista decidiu em plebiscito declarar independência. No entanto, ao anunciar o resultado, o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, declarou a independência da região, mas suspendeu os efeitos do anúncio para abrir um processo de diálogo com o governo espanhol.

O governo espanhol enviou requerimento ao chefe do Executivo da Catalunha em que dá prazo de cinco dias, até segunda-feira (16), para que a Generalitat (governo catalão) confirme se declarou a independência da região. O documento estabelece ainda que o presidente catalão tem até quinta-feira (19) para retificar a decisão e restaurar a ordem constitucional.

Para Jordi Turull, porta-voz do governo catalão, a iniciativa espanhola deixa claro que não há abertura para o diálogo. Em seu discurso no Parlamento na última terça-feira (10), o presidente catalão, Carles Puigdemont, afirmou que a suspensão dos efeitos da declaração de independência tinha como propósito abrir caminho para o diálogo, numa tentativa de diminuir as tensões e propiciar um possível acordo.

O que perdem Espanha e Catalunha em caso de independência

A economia tem um papel-chave no processo separatista da Catalunha. Tanto soberanistas quanto os contrários à independência usam cifras como argumentos pró e contra a secessão.

A Catalunha diz que aporta ao tesouro espanhol mais do que recebe – os dois grupos se acusam mutuamente de manipular dados e criar cenários que não existem.

Qualquer que seja o resultado, é inevitável que ambas as partes percam algo, segundo o presidente do IEE (Instituto de Estudos Econômicos), José Luis Feito.

A grande maioria dos estudos que analisam qual seria o impacto econômico da independência catalã mostram um cenário em que a Catalunha continua na União Europeia, ou pelo menos no Espaço Econômico Europeu, que dá acesso ao mercado único.

Mas a União Europeia já avisou que isso não acontecerá. Se a Catalunha se converter em um novo Estado, terá que solicitar seu ingresso na instituição e cumprir todas as exigências rigorosas, um processo que leva anos.

O governo catalão acredita que a UE não aplicará, na prática, esse discurso, embora não fazê-lo abrisse um precedente para outras regiões que também poderiam iniciar um processo separatista, como a Baviera alemã e a Lombardia italiana.

A saída do bloco também representaria um baque na área científica, já que empresas e universidades não poderiam participar de programas de pesquisa europeus. A Catalunha tem 1,5 bilhão de euros assegurados por um fundo de pesquisa da UE para o período 2014-2020.

A Generalitat (o governo catalão) disse que a Catalunha não deixará de utilizar o euro mesmo se ficar fora da zona da moeda.

Uma Catalunha independente nasceria com uma fuga de empresas e capitais que não a permitiria dar conta de pagamentos como os salários de seus funcionários nem nos primeiros cem dias.

Ao ficar de fora da zona do euro, a Catalunha perderia a rede de segurança que inclui o Banco Central Europeu, que durante a crise salvou várias entidades espanholas.

Segundo o governo catalão, a região aporta mais ao tesouro espanhol do que recebe em troca. São 16 bilhões de euros, cerca de 8% de seu PIB.

De acordo com dados de 2014 do Ministério da Fazenda, a Catalunha aporta 70,3 bilhões de euros (US$ 82 bilhões) nos cofres espanhóis, mais do que o restante das regiões.

Desse total, o governo central fica com US$ 11,5 bilhões, que utiliza para ajudar áreas mais pobres do país, como Extremadura.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) se mostrou preocupado com a situação. Segundo a entidade, se as tensões políticas com a Catalunha continuarem, a confiança em investimentos e o consumo podem ser afetados.

Barcelona ocupa o 5º lugar no ranking de startups na Europa, uma posição à frente de Madri. No ano passado, as startups catalãs captaram 282 milhões de euros, o que representou 56% de todos os investimentos realizados na Espanha.

A independência da Catalunha levaria a Espanha a perder seu principal porto no mar Mediterrâneo, o de Barcelona, que no ano passado movimentou 48 milhões de toneladas.

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https://www.osul.com.br/itamaraty-pede-dialogo-entre-espanha-e-catalunha/ Itamaraty pede diálogo entre Espanha e Catalunha 2017-10-12
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