Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2020
A embaixada do Brasil no Iraque recomenda evitar deslocamentos a Bagdá, capital do país. O alerta foi feito em nota, divulgada na sexta-feira (3) à noite, para orientar brasileiros na região. No comunicado, a embaixada avalia que o país vive um “quadro de incertezas e especulações” depois da morte do chefe da divisão de elite das Guardas Revolucionárias do Irã, Qassem Soleimani. As informações são do Correio Braziliense.
A morte do militar foi provocada por bombardeios efetuados por forças dos Estados Unidos, na quinta-feira. Outra recomendação feita foi “monitorar as notícias por meio de fontes confiáveis, evitando decisões baseadas em rumores e especulações”.
Aliado político do presidente americano, Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro associou Soleimani ao terrorismo e disse que a posição do Brasil é de se “aliar a qualquer país no mundo no combate ao terrorismo”. Ontem, porém, em live nas redes sociais, ele foi mais cauteloso. Ele elogiou o Legislativo e o Judiciário por decisões tomadas recentemente envolvendo navios iranianos atracados no Brasil. Segundo Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal (STF) acertou na decisão.
“Há poucos meses, tivemos dois navios iranianos no Brasil que tinham que ser abastecidos e havia interesse de outros países de que não fossem reabastecidos. Mas, junto ao STF, o presidente (Dias Toffoli) deferiu liminar. Foram reabastecidos e foram embora. É a questão do embargo americano. Quando se trata de alimentos, não tem embargo. É uma decisão minha, difícil, mas o STF se antecipou e decidiu favoravelmente. A gente precisa do Judiciário. Nós somos o Poder. O Poder sou eu, Dias Toffoli, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia (presidentes do Senado e da Câmara), basicamente a cúpula do Poder brasileiro somos nós quatro, queira ou não”.
Apoio do Brasil
O Itamaraty divulgou uma nota de apoio às ações dos EUA. Leia o comunicado na íntegra:
“Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo.
O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento.
O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul.
Diante dessa realidade, em 2019 o Brasil passou a participar em capacidade plena, e não mais apenas como observador, da Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, que terá nova sessão em 20 de janeiro em Bogotá.
O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas.
O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país.”