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Política Janja centraliza decisões, gera ruído e ganha desafetos

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“Não me calo diante da violência! Nenhuma tolerância com o machismo e a misoginia”, disse Janja. (Foto: Reprodução de TV)

Responsável pela cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, acumulou tarefas e centralizou grande parte das decisões sobre o evento. Todas as deliberações dependiam do aval da nova primeira-dama, o que causou ruído entre envolvidos no processo, detalham pessoas com acesso à organização da posse.

No endereço da transição, a sala da socióloga foi instalada ao lado do gabinete de Lula e do vice Geraldo Alckmin (PSB-SP). As demais coordenações de grupos setoriais situavam-se em outra ala.
Defensora de pautas como combate à fome, soberania alimentar e defesa dos direitos das mulheres, Janja afirma que pretende ressignificar o papel de primeira-dama.

Filiada ao PT desde 1983, aos 17 anos, seguiu militante do partido. Apesar de o namoro com Lula só ter vindo à tona em 2017, eles se conheceram ainda nas Caravanas da Cidadania realizadas na década de 1990. De 2003 a 2019, ela trabalhou para Itaipu Binacional, sediada no Paraná.

Já namorando com Lula, em 2018, a socióloga ia todos os dias à vigília diante da superintendência da Polícia Federal em Curitiba, para pedir a liberdade de Lula. Após a libertação, os dois foram morar em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Zelosa da saúde do marido, Janja interfere na agenda para evitar cansaço excessivo dele e é vigilante sobre o uso da voz. Em novembro, Lula fez uma operação para retirar uma lesão na laringe e foi orientado a poupar a garganta, o que adiou viagens do petista a Brasília e a articulação de ministérios.

Janja participa praticamente de todos os eventos nos quais ele discursa, sempre munida de uma garrafa com água para oferecer ao marido.

Foi ideia de Janja o veto aos tradicionais disparos de canhão na cerimônia de posse. Ela quis substituir os ruídos perturbadores, como os tiros e fogos de artifício, a pedido de grupos de autistas.

Como a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, mostrou, a pedido dela, o cerimonial do Senado vetou os disparos. A disposição inicial do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), era manter a tradicional salva de tiros, mas ele reconsiderou a decisão.

Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, exibida em novembro, Janja confirmou que a cachorra Resistência, adotada em Curitiba enquanto Lula estava preso, deverá subir a rampa do Planalto na posse.

Nesta semana, a socióloga compartilhou uma imagem da cachorra nas redes sociais. “Ela está ansiosa para encontrar com vocês. Estamos trabalhando muito para garantir que todos participem dessa festa histórica com toda segurança”, escreveu.

À frente da coordenação da posse, Janja deu a palavra final sobre artistas que se apresentarão no evento, que batizou como Festival do Futuro. Uma das principais preocupações foi contemplar cantores que estiveram ao lado de Lula na campanha, mas também pesaram questões regionais e de gêneros musicais na seleção.

Outro fator apontado foi a disponibilidade das atrações, uma vez que elas não receberão cachês para se apresentar. Teria partido dela também a sugestão para que o petista siga para o festival de música, após a recepção a autoridades estrangeiras que ocorrerá no Itamaraty -última etapa das comemorações oficiais. A ida de Lula ao festival é para discursar a apoiadores, mas ainda depende de questões de segurança.

Segundo um interlocutor, Janja quis que a faixa presidencial fosse entregue a Lula por populares. Ela afirmou a aliados que gostaria que um grupo de pessoas que represente a diversidade do povo brasileiro fosse incumbido da tarefa.

A socióloga ainda opinou sobre a estética da posse, assim como analisava peças publicitárias durante a disputa eleitoral.

Essa centralização de decisões rendeu críticas à primeira-dama. Integrantes do gabinete de transição reclamam que Janja teria menosprezado certos aspectos da posse, como envio de convites para vice-governadores e integrantes de movimentos sociais para o jantar no Itamaraty.

Por isso, alguns convites tiveram de ser disparados na sexta-feira (30). Além disso, Janja teria sido peça fundamental no afastamento de Lula de alguns quadros do PT que apontaram um excesso de exposição da primeira-dama.

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https://www.osul.com.br/janja-centraliza-decisoes-gera-ruido-e-ganha-desafetos/ Janja centraliza decisões, gera ruído e ganha desafetos 2023-01-01
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