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Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2017
Nessa segunda-feira, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes fez um duro ataque à competência do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Eu o considero o procurador-geral da República mais desqualificado que já passou pela história do cargo, porque ele não tem condições e, na verdade, não tem nem preparo jurídico ou emocional para dirigir algum órgão de tamanha importância”, avaliou o ministro em entrevista à imprensa.
A declaração foi dada em meio a perguntas sobre o trabalho da Operação Lava-Jato, da atuação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e do STF. Mendes, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), critica as delações premiadas, um dos principais instrumentos utilizados nos processos de investigação de escândalos de corrupção como o da Petrobras.
O ministro disse acreditar que o acordo que foi firmado com os executivos da JBS/Friboi, que embasou a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, será revisto. “Tenho absoluta certeza de que o será. Como agora a Polícia Federal acaba de pedir a reavaliação do caso do Sérgio Machado, que é um desses casos escandalosos de acordo. Certamente vai ser suscitado em algum processo e será reavaliado”, complementou.
O ministro frisou, ainda, que considera a força-tarefa relevante, mas alertou que podem ocorrer equívocos: “Não é verdade que eu tenha dito que a Lava-Jato deixou de ser importante. Acho os trabalhos extremamente importantes, mas isso não me compromete com eventuais equívoco. Sempre fui uma voz vencida na segunda turma quanto ao aumento das prisões da Lava-Jato. Foi eu que votei o habeas corpus, fui o terceiro voto, de desempate, no caso do [ex-ministro petista] José Dirceu”.
Encontro
Na noite de domingo, após se reunir no Palácio do Planalto com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o presidente Michel Temer recebeu Gilmar Mendes no Palácio do Jaburu. Também esteve na residência oficial o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco (PMDB-RJ).
O encontro não constava da agenda oficial do peemedebista. Já na agenda oficial de Gilmar Mendes, o jantar estava incluído, sem que houvesse menção ao assunto conversado por eles.
Questionado pela imprensa, Mendes disse que o tema tratado com Temer foi a reforma política. “Eu acho que é a chance de promovermos uma mudança profunda no sistema político. Talvez, pensar um regime de semipresidencialismo, ou seja, uma mistura de presidencialismo com parlamentarismo”, declarou. “Precisamos ver, também, como será feita a distribuição do dinheiro público do novo fundo partidário que deve ser criado.” Ele negou que a reunião tenha incluído tópicos como a Lava-Jato ou a denúncia por corrupção contra Temer.