Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2025
Informação foi divulgada pelo gabinete do ex-presidente dos Estados Unidos
Foto: Tomaz Silva/Agência BrasilO ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, de 82 anos, foi diagnosticado com uma “forma agressiva” de câncer de próstata, de acordo com uma declaração de seu gabinete pessoal no domingo (18). Segundo o comunicado, a doença se espalhou para os ossos.
“Na semana passada, o presidente Joe Biden foi examinado para a descoberta de um novo nódulo na próstata após apresentar sintomas urinários crescentes. Na sexta-feira, ele foi diagnosticado com câncer de próstata, caracterizado por um escore de Gleason de 9 (Grupo Grau 5) com metástase óssea”, diz o comunicado.
No caso da metástase, é quando o caso está avançado, e as células cancerígenas se desprendem do tumor de origem e se disseminam para outras partes do corpo.
A nota ainda diz: “Embora isso represente uma forma mais agressiva da doença, o câncer parece ser sensível a hormônios, o que permite um tratamento eficaz”.
Biden e sua família “estão revisando as opções de tratamento com seus médicos”, disse o comunicado.
Joe Biden deixou o cargo como o presidente em 20 de janeiro, quando Donald Trump tomou posse, se tornando assim, o mais velho mandatário em exercício na história americana.
Ele foi atormentado durante toda a sua presidência por preocupações com sua idade e saúde, o que o levou a abandonar sua campanha de reeleição.
Biden tem mantido um perfil relativamente discreto desde que deixou o cargo em janeiro, mas concedeu duas entrevistas na semana passada, após os primeiros 100 dias de Trump no cargo.
Um dia antes de Biden ser internado no hospital na Filadélfia na sexta, ele e a ex-primeira-dama, Jill Biden, estavam em Manhattan para uma entrevista conjunta no programa “The View”, em que ele defendeu seu histórico como presidente e sua saúde mental.
“Eles estão errados. Não há nada que sustente isso”, disse Biden sobre os relatos de que ele havia declinado em seu último ano de mandato.
Polêmicas na campanha eleitoral
O democrata, que esteve à frente dos Estados Unidos entre 2021 e 2024, chegou a se candidatar à reeleição no ano passado, na época com 81 anos. Desde o início da campanha, no entanto, a idade avançada foi uma questão central para o então postulante. Caso fosse o nome escolhido nas urnas, em novembro, Biden seria o presidente mais velho eleito no país.
No decorrer da campanha, porém, sua saúde começou a ser questionada, tanto pelos adversários republicanos, como dentro de seu próprio partido. As críticas se intensificaram após o primeiro debate, no final de junho, quando Biden se perdeu em falas confusas e repetitivas, dando sinais de uma fragilidade.
Pouco depois, na primeira entrevista coletiva após o debate com Donald Trump, o ex-presidente confundiu o nome de sua então vice-presidente, Kamala Harris, com o do republicano ao responder uma pergunta sobre a potencial capacidade de Kamala enfrentar Trump na disputa.
“Eu não teria escolhido Trump se não achasse que teria chance de vencer”, disse Biden, fazendo referência a Kamala, sem notar o erro.
Mais cedo no mesmo dia, o democrata já havia cometido uma gafe em seu discurso no último dia da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Washington. O então presidente americano apresentou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, que estava ao seu lado, pelo nome do mandatário russo, Vladimir Putin.
“E agora gostaria de passar a palavra ao presidente da Ucrânia, que é tão corajoso quanto determinado. Senhoras e senhores, presidente Putin”, anunciou Biden, retornando ao púlpito para se corrigir quando a plateia já havia começado a bater palmas.
“Presidente Putin? Temos de derrotar o presidente Putin. Presidente Zelensky! Estou tão concentrado em derrotar Putin… temos de nos preocupar com isso”, disse.
No final de julho, o ex-presidente desistiu de disputar a reeleição, apoiando o nome de sua vice, Kamala, para representar o Partido Democrata no pleito.
“Tem sido a maior honra da minha vida servir como seu Presidente”, disse ele em uma carta publicada nas redes sociais. “E, embora minha intenção tenha sido buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me retire e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como Presidente pelo restante do meu mandato.”
Kamala, no entanto, foi derrotada por Trump nas eleições de novembro. O também ex-presidente americano conquistou 312 dos 270 colégios eleitorais necessários e foi reconduzido à Casa Branca em 20 de janeiro deste ano.