Por Redação O Sul | 26 de junho de 2017
A mansão comprada em Mangaratiba (RJ) pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e a sua esposa, Adriana Ancelmo, será levada a leilão, bem como as joias do casal já apreendidas pela PF (Polícia Federal). A venda dos bens da dupla, alvos de ações penais da Operação Lava-Jato no Estado e no Paraná, foi determinada em despacho publicado pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal fluminense.
Também vão a leilão a Lancha Manhattan Rio, apreendida em Angra dos Reis (RJ), três carros, uma moto aquática e um jet-boat de propriedade do peemedebista. A venda dos bens de Cabral antes mesmo da conclusão das investigações contra ele e sua esposa foi justificada pelo magistrado sob o argumento de que os bens citados perdem seu valor conforme o passar do tempo e a manutenção deles é dispendiosa.
“A alienação antecipada proposta é adequada e proporcional ao caso em concreto. Ressalte-se que o objetivo da alienação antecipada é o de salvaguardar a restituição aos cofres públicos de eventual produto/proveito de crime, de forma que, obviamente, fica resguardado o direito à devolução da quantia em caso de sentença absolutória”, destacou Bretas.
Já condenado a mais de 14 anos de prisão por decisão do juiz federal Sérgio Moro, principal responsável pelos processos da força-tarefa em primeira instância, Cabral está preso desde novembro do ano passado por acusações de chefiar esquema criminoso envolvendo obras públicas no Rio de Janeiro durante o seu mandato como governador (2007-2014).
Joias
Conforme o MPF (Ministério Público Federal), parte da propina recebida pelo peemedebista foi utilizada para adquirir joias, pedras preciosas e relógios na joalheria H.Stern, que firmou acordo de leniência (espécie de delação premiada para empresas) com os investigadores e comprovou a venda de dezenas de itens a Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo. O casal teria gastado cerca de 11 milhões reais nesses bens.
Até a semana passada, a PF havia apreendido 40 peças na casa do ex-governador, número considerado muito abaixo das 189 comprovadamente adquiridas pelo casal. Diante desse cenário, os agentes federais cumpriram novos mandados de busca e apreensão na última sexta-feira em dois endereços ligados à ex-primeira-dama. Foram apreendidas mais 15 peças, por exemplo, na casa de Nusia Mansur, irmã de Adriana.
Entre as peças já localizadas estão um brinco de ouro branco de 18 quilates, um brinco de ouro amarelo 18 quilates com brilhante solitário, um brinco de ouro amarelo 18 quilates com rubi e um conjunto formado por uma pulseira, um brinco e um anel de ouro amarelo 18 quilates com diamante.
Esses itens foram comprados entre 2009 e 2014, sem emissão de nota fiscal, a um custo total de mais de 4,5 milhões reais. Sérgio e Adriana foram acusados de “ocultar e dissimular a origem, natureza, disposição, movimentação e a propriedade de valores provenientes de crime” com as aquisições desses artigos de luxo.
