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Por Redação O Sul | 29 de março de 2017
Um juiz de instrução de Bruxelas reconheceu, mas declarou “infundado”, o processo de paternidade de Delphine Boël a Albert II, pai do atual rei Philippe da Bélgica, o que impede que o monarca emérito se submeta a um teste de DNA como pedia a suposta filha ilegítima.
De acordo com a imprensa belga, o tribunal considerou que o vínculo de filiação “não se limita apenas a critérios biológicos”, mas responde também a outros como “posse de estado” (o fato de ter se comportado como pai e filha) e a “integração na estrutura familiar”.
Após um primeiro teste de DNA com o pai legal, Jacques Boël, que deu negativo, Delphine pediu um novo teste de Boël e, outro de sua mãe, a baronesa Sybille de Selys Longchamps, e de Albert II, com o quem supostamente ela manteve uma relação por vários anos. No entanto, o juiz considerou que existem “provas de filiação” entre Delphine e Jacques, “porque a realidade afetiva” reforça “uma realidade biológica”, alegando que no “direito civil, a filiação não consiste só em um fato biológico suficiente como tal”, conforme o jornal “Le Soir”.
O juiz admitiu, portanto, o processo, mas não a investigação de paternidade que a artista plástica solicitava. A rede de TV “RTL” afirma que o advogado de Delphine, Marc Uyttendaele, anunciou que sua cliente vai recorrer da decisão do tribunal de primeira instância de Bruxelas, que a impede de iniciar o processo que solicita – o de ação de reconhecimento por parte de Albert II. O palácio real não emitiu reações à notícia.
Tanto Jacques quanto Delphine negaram a relação biológica, enquanto Albert II nunca reconheceu a paternidade da artista, nascida em 1968 e supostamente fruto de uma relação entre o rei com a baronesa, cuja existência ficou conhecida, em 1999, depois de a publicação da biografia não autorizada da rainha Paola.
Quando Sybille rompeu o silêncio, ela detalhou a relação que teve durante anos com o rei, assegurando, inclusive, que Albert e a rainha Paola estiveram por duas vezes à beira do divórcio, em 1969 e 1976. À época, ela também divulgou fotografias da jovem Delphine com Albert II.