Em entrevista ao jornal O Globo, o novo presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Ives Gandra Martins Filho, defendeu a flexibilização dos direitos trabalhistas como saída para a crise e criticou a parcialidade pró-trabalhador que vê dentro deste ramo do Judiciário. Para a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), os comentários atraem carga de “ranço e preconceito” contra a Justiça trabalhista.
A resposta veio por nota pública, na qual a Anamatra destaca o trecho da entrevista que mais incomodou: quando o presidente do TST disse que a Justiça do Trabalho “dá de mão beijada” indenizações de até 1 milhão de reais e quando afirmou que a situação virou “loteria”. A entidade classificou a frase de “generalista e descontextualizada” e disse que ela apenas contribui para atrair mais preconceitos “por parte daqueles que hoje já se encontram incomodados com a atuação eficiente desse importante ramo do Poder Judiciário”.
Na entrevista, Gandra Filho opina que a Justiça do Trabalho deveria privilegiar o negociado entre sindicatos e empresas em vez do que está na legislação. A posição foi criticada pela Anamatra. A divergência entre a associação e o ministro é mais antiga. Um dos exemplos da rusga foi a quebra da tradição de a Anamatra pagar o jantar de confraternização como boas vindas ao novo presidente do TST. Quando Gandra Filho ascendeu ao posto, não houve patrocínio pela entidade.
