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Economia Juro do cartão de crédito no Brasil chega a 360% ao ano

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Taxas de juros do cheque especial também apresentaram elevação em maio, para 232% ao ano. (Foto: Epitácio Pessoa/AE)

Os juros do cheque especial e do cartão de crédito rotativo, duas das modalidades mais caras do mercado financeiro, continuaram avançando em maio deste ano, segundo informações divulgadas pelo BC (Banco Central) nesta terça-feira (23). De acordo com a autoridade monetária, as taxas do cartão de crédito rotativo, que incidem quando os clientes não pagam a totalidade de sua fatura, atingiram expressivos 360,6% ao ano em maio – a mais alta de todas as modalidades de crédito. Em abril, estavam em 347,5% ao ano. O patamar de maio é o maior desde o início da série histórica, em março de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito.

Também segundo a instituição, as taxas do cheque especial avançaram seis pontos percentuais de abril a maio, para 232% ao ano. Com isso, permaneceu no maior patamar desde dezembro de 1995 – quando estava em 242,2% ao ano – ou seja, no maior nível em quase 20 anos. Os juros cobrados pelos bancos nessa linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 83,9 pontos percentuais nos últimos 17 meses.

O maior valor registrado pelo BC no custo do cheque especial, desde o Plano Real, são os 294% ao ano de julho de 1994, início da série histórica da pesquisa mensal de crédito da instituição.

Selic

O aumento dos encargos bancários acompanha a alta da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, fixada pela autoridade monetária a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias. Desde outubro do ano passado, o BC vem subindo os índices ininterruptamente. Naquele momento, o juro básico estava em 11% ao ano. No fim de maio, já havia avançado para 13,25% por ano, um aumento de 2,25 pontos percentuais. Os recentes números revelam que os bancos elevaram suas taxas ao consumidor de maneira mais intensa.

The New York Times

Reportagem publicada recentemente pelo jornal The New York Times, dos Estados Unidos, diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota norte-americano sentir vergonha”, citando os dos cartões de crédito em mais de 240% ao ano e de 100% cobrados pelos empréstimos bancários. Economistas avaliam que o consumidor deve tentar evitar ao máximo o uso do cheque especial e do cartão de crédito rotativo por conta das altas taxas cobradas pelos bancos. Para eles, trata-se de linhas que devem ser utilizadas durante momentos de extrema necessidade e por um curto período de tempo.

Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre o patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais do que o dobro da rentabilidade dos bancos norte-americanos (7,68%).

Outras operações

No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o BC, a taxa média cobrada pelos bancos somou 111,5% ao ano em maio, contra 113% por ano em abril. Nesse caso, houve uma queda de 1,8 ponto percentual. Apesar da baixa, continua em patamar historicamente elevado.

Ainda segundo a autoridade monetária, a taxa média cobrada pelos bancos nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 27,2% ao ano em maio, contra 26,9% ao ano em abril. Trata-se do juro mais alto desde abril de 2012 (27,5% ao ano). Mesmo assim, esta permanece sendo uma das linhas de crédito com menores encargos do mercado.

Conforme o BC, o índice médio de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 24,8% ao ano em maio, contra 24,6% ao ano em abril deste ano. Nesse caso, é o mesmo patamar registrado em fevereiro deste ano.

Estoque

O estoque total de crédito cresceu 0,7% em maio em relação a abril e acumula alta de 10,1% em 12 meses, somando 3,08 trilhões de reais. Houve alta de 0,8% na contratação pelas empresas e alta de 0,6% para as pessoas físicas. Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o estoque avançou de 54,3% para 54,4% entre abril e maio. O percentual ainda está abaixo do registrado no final do ano passado (54,7%).

O crédito livre cresce a uma taxa de 4,7% em 12 meses. Já as operações com juros e direcionamento controlados pelo governo, que incluem BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e crédito imobiliário, tiveram alta de 16,5% na mesma comparação. (G1 e Folhapress)

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