Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2015
Ter a dívida multiplicada por quatro em um ano. Esta é a realidade de quem entrou no crédito rotativo do cartão. Os juros do cartão de crédito passaram de 295,48% ao ano em abril para 304,03% em maio, segundo levantamento divulgado nessa quarta-feira pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).
Esta taxa é a maior em 16 anos. Em março de 1999, atingiu 354,63% ao ano. Assim, quem tem uma dívida de 1 mil reais no cartão de crédito e não consegue quitar o débito encerra os 12 meses seguintes devendo pouco mais de 4 mil reais.
Cheque especial
Os juros do cheque especial subiram de 205,06% ao ano em abril para 210,44% ao ano em maio, atingindo o maior nível desde janeiro de 2003, quando foi de 220,06% ao ano. Pela conta, quem entra no cheque especial devendo 1 mil reais chega, após 12 meses, a uma dívida superior a 3,1 mil reais.
Aumentos
As taxas das demais modalidades de crédito para pessoa física também aumentaram no mês passado na comparação com abril. Os juros médios do comércio subiram de 82,9% para 83,94% anualmente. Os índices médios dos financiamentos de automóveis na modalidade de crédito direto ao consumidor passaram de 27,27% para 28,02% ao ano. Os juros dos empréstimos pessoais de bancos aumentaram de 60,1% para 61,22% ao ano e as taxas dos empréstimos de financeiras, de 139,24% para 140,85%.
Na média, os juros do crédito para pessoa física encerraram maio em 6,87% ao mês (121,96% ao ano), no maior nível desde junho de 2010 (122,71% ao ano), conforme a Anefac. A taxa média do crédito para pessoa jurídica atingiu 4% ao mês em maio (60,1% ao ano), no valor mais alto desde julho de 2011 (61,03% ao ano).
Inadimplência
Além dos recentes aumentos na Selic – a taxa básica de juros –, contribuíram para a alta nos índices finais de crédito o maior risco de inadimplência – provocada pelo aumento do desemprego – e a elevação, de 15% para 20%, da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das instituições financeiras, segundo a associação. Para a entidade, os juros devem continuar a subir nos próximos meses por causa do cenário econômico do País, com a alta da inflação pressionando os juros básicos e o desempenho ruim do mercado de trabalho.
Impostos
O valor pago pelos brasileiros neste ano em impostos ultrapassou os 900 bilhões de reais nesta semana, segundo o “Impostômetro” da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). No ano passado, a marca foi alcançada apenas no dia 20 de junho – o que aponta aumento da carga tributária, que tem gerado mais custos a empresas e cidadãos, segundo a ACSP. (ABr e AG)