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Economia Juros: taxas sobem até 21 pontos com temores por recessão global

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Principal índice da bolsa de valores subiu 5,54%, a 116.134 pontos. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Os ganhos de apetite ao risco no Brasil na semana, descolados do exterior sob efeito-Meirelles e após o fim da alta da Selic, esbarraram nesta sexta-feira (23) na realidade. Lá fora, está por vir uma forte onda de juros. Há chances de ainda maior que a já prometida. Não por acaso, foi deixada a porta aberta, e bem aberta, pelo Banco Central (BC) para possível novo ciclo de alta de juros no Brasil no próximo ano.

Esse risco foi traduzido pelo Ibovespa, com 72 das suas 92 ações em queda, em derretimento de 2,06%. Com o principal índice nacional em 111.716 pontos, os ganhos semanais foram reduzidos a 2,23%. Os parciais do mês, a 2% cravados. Do ano, a 6,58%.

Investidores estrangeiros, que no pregão passado debandaram para a bolsa brasileira, passaram longe daqui e de qualquer outra. Caçados os descontos, tomaram o caminho da busca por proteção nos títulos do governo americano. Rendimentos andam em rali nos papéis, se aprumando à nova diretriz pintada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). Dos atuais arredores de 3% ao ano, os juros dos Estados Unidos não caminham mais para perto de 4%, mas de 5%.

Daí o estirão de 2,61% no preço do dólar, necessários para serem trocados pelos papéis de dívida da Casa Branca. A R$ 5,25, reduziram a queda semanal a apenas 0,20%. No mês, alta agora de 0,91%. No ano, a queda parcial está em 5,86%.

O sobe e desce deste pregão reforça o recado dado pelo BC no meio da semana, e ignorado pelos investidores na sessão pós-reunião de juros. Nada de cortes tão cedo na taxa básica, diferentemente do apontado com força nos pontos mais longos da curva de juros nacional.

O otimismo refletido nas taxas até o pregão anterior, no entanto, foi mais do que revertido nesta sexta:

Prêmios em contratos de mais curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic. Taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caíram na semana de 13,80% a 13,68% até o pregão passado. Nesta sexta, andaram de lado;

Já para janeiro de 2033, queda de 11,61% a 11,44% até a última sessão. Nesta, alta a 11,64%. Quão mais longo o prazo, maior a influência do cheiro de calote do governo (“risco fiscal”, se preferir).

É principalmente por causa da cena externa que a Selic deve ficar parada onde está por muito tempo ainda – entende a analista de investimentos Paloma Brum, da Toro.

“O cenário de elevação das taxas internacionais colabora para os capitais hoje em economias emergentes, como a brasileira, serem atraídos de volta em busca de proteção nos títulos dos países desenvolvidos. Por isso, ainda que as expectativas de inflação no Brasil atinjam as metas, será preciso manter os juros por aqui parados para evitar a alta do câmbio, o que faria por sua vez a inflação subir de volta no Brasil.”

No melhor dos cenários, Brum espera por juros começando a cair por aqui só lá pelo segundo semestre do próximo ano, e não logo nos primeiros meses como boa parte dos analistas ainda projeta. “Mas serão quedas brandas, levando a Selic para perto de 11% até dezembro de 2023”, diz.

Mas esse caminho só seria possível se, daqui até lá, nenhum outro choque de oferta obrigar não só americanos, mas também europeus, a aumentarem a viagem da política monetária pelo campo restritivo. Nesse caso, seria preciso forçar com juros recessões ainda mais profundas para domar respectivas inflações. Em outras palavras, seria maior o caminho a ser percorrido pela demanda até cair ao nível da escassez de commodities no mundo, entre metálicas, combustíveis e alimentares.

Efeito externo

Nesse sentido, é importante não tirar no radar o desenrolar dos conflitos no Leste Europeu. Desde seu início, sete meses atrás, a despeito de esperanças de que o conflito fosse breve, nenhuma das partes se mostrou disposta a descer o tom dos discursos e da prática. O que incluiu não apenas Ucrânia e Rússia, evidentemente, mas potências envolvidas diplomaticamente. Casos de Estados Unidos e Europa, em defesa de Kiev, e da China, aliada à Moscou.

Com o risco de contração mais severa colocado na balança, as cotações do petróleo no mercado internacional afundaram 5% só nesta sexta, a R$ 86 por barril. A reboque, afundaram 7,06% as ações ordinárias (ON, com preferência por dividendos) da Petrobras, fechando a semana com saldo negativo de 4,39% na semana. Já as preferenciais (PN, com preferência por dividendos), ao caírem 6,73%, acumularam perdas de 2,73% no intervalo.

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https://www.osul.com.br/juros-taxas-sobem-ate-21-pontos-com-temores-por-recessao-global/ Juros: taxas sobem até 21 pontos com temores por recessão global 2022-09-23
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