Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2015
O juiz federal Sérgio Moro aceitou nessa quinta-feira a denúncia contra o ex-diretor-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva e mais 13 pessoas, entre elas ex-executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix. Dessa forma, todos passaram a ser réus em processo derivado da Operação Lava-Jato.
A denúncia do MPF (Ministério Público Federal), que foi aceita pela Justiça, é referente a 16 fase da Lava-Jato, que investigou contratos firmados por empresas citadas na operação com a Eletronuclear – instituição de economia mista, cujo controle acionário é da União.
Pinheiro da Silva, acusado de receber 4,5 milhões de reais em propinas, está preso em um quartel do Exército em Curitiba (PR). Ele estava afastado da Eletronuclear desde abril após as primeiras denúncias de corrupção. O executivo pediu demissão em agosto.
A empresa foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares, respondendo hoje pela geração de 3% da energia elétrica consumida no País. Conforme o MPF, a Andrade Gutierrez repassava valores para uma companhia de Pinheiro da Silva, a Aratec, através de instituições intermediárias, que atuavam na lavagem de dinheiro. Alguns dos empreendimentos eram reais e outros apenas de fachada.
Além do dinheiro ilegal, a Lava-Jato apurou cartel e prévio ajustamento de licitação para obras na central atômica de Angra 3, que foi vencida pelo Consórcio Angramon, formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, EBE e Techint.
Angra 3 será a terceira usina nuclear do País e está em construção na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Segundo as investigações, houve restrição à concorrência por parte da Eletronuclear, levando as empreiteiras do Consórcio Angramon a saírem vitoriosas. (AG)