Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2017
A Justiça de São Paulo determinou que Roberta Luchsinger, herdeira de um ex-acionista do banco Credit Suisse, pague o que deve a uma loja de decoração antes de pensar em doar dinheiro a alguém. Ela havia prometido presentear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o equivalente a R$ 500 mil depois que o petista foi condenado e teve os bens bloqueados por decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato na primeira instância.
A ordem foi dada pelo juiz Felipe Albertini Nani Viaro, da 26º Vara Cível, que deferiu o pedido de uma loja de decoração para a execução imediata de uma dívida. O estabelecimento comercial cobra R$ 62 mil da socialite, que teriam ficado pendentes após a venda de móveis. O magistrado diz que considerou as “declarações públicas” de Luchsinger e o plano dela de ajudar financeiramente Lula para chegar à decisão de exigir a quitação do débito. “Advirta-se, ainda, que deverá abster-se de qualquer ato de disposição graciosa dos bens até que pague a integralidade da dívida”, ressaltou.
De acordo com a sentença, Luchsinger tem ainda um prazo de dez dias para “indicar bens passíveis de penhora, sob pena de se considerar praticado ato atentatório à dignidade da Justiça, sujeito a multa no valor de até 20% do valor atualizado do débito em execução”. A herdeira move uma ação contra a loja de decoração na mesma vara. Mas a ação aguardava o fim da tramitação do processo que analisa a execução da dívida. Ela destacou que pagou por um serviço terceirizado e que está sendo cobrada novamente.
A socialite lançou um movimento de apoio financeiro ao ex-presidente após ele ter quase R$ 10 milhões em planos de previdência e contas bancárias bloqueados pela Justiça com a condenação no caso do triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo. Luchsinger afirmou que doaria cerca de meio milhão de reais ao petista em dinheiro, joias, roupas e acessórios de grife que, segundo ela, poderiam ser justamente penhorados.
Em sua página no Facebook, Luchsinger criticou a proibição e prometeu “dobrar a doação”. “Acho que a partir de agora, baseado na decisão do juiz que quer me impedir de doar para o Lula, confirmando assim a perseguição contra o presidente, deveria ser proibida qualquer doação a seja quem fosse. A começar pelas empresas que doam ao Doria por exemplo, será que estão todas ok? Será que esse juiz não gostaria de pegar e fazer essa análise ?!! Juristas de plantão, o que pode ser feito? Se não pode pra um, não pode para outro….”, postou.
Visando as eleições presidenciais de 2018, o ex-presidente Lula iniciou nesta quinta-feira sua caravana pelos nove Estados do Nordeste. Serão cerca de 4 mil quilômetros percorridos, com atividades programadas em 25 municípios.