Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2021
A juíza Monique Correa Moreira, da CEAC (Central de Audiências de Custódia) de Benfica do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), manteve a prisão preventiva da ex-Miss Brasil Trans Mikaelly da Costa Martinez, durante a audiência de custódia realizada na tarde de terça-feira (30). Mikaelly – eleita a transexual mais bonita do Brasil em 2019 – é acusada de dopar e roubar clientes durante programas sexuais em motéis do Rio de Janeiro. Ela foi presa na Praia de Ipanema no último domingo (28) por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), no Rio de Janeiro, que cumpriram o mandado de prisão expedido pela 21ª Vara Criminal do TJ-RJ.
De acordo com a decisão da audiência de custódia, nenhuma forma de agressão física foi relatada pela custodiada e o mandado de prisão está dentro do prazo de validade.
“Entende esta magistrada que em sendo o mandado de prisão válido e como a decisão que ensejou sua expedição resta inalterada, é vedado ao juízo da CEAC, de mesma hierarquia do juízo natural, avaliar o pedido defensivo de liberdade ou substituição da prisão por outra medida e, assim, afastar a sua decisão, sob pena de usurpação de competência”, relatou a juíza Monique Correa.
A organização do concurso Miss Brasil Trans informou que Mikaelly perdeu o título de 2019. Nascida em Mato Grosso do Sul e presa preventivamente por ser a chefe de uma associação criminosa, ela é investigada por atrair homens no Rio de Janeiro por meio do seu perfil no Instagram e, ao chegar a motéis, dopá-los para furtar alguns dos seus pertences, como celular, relógio e cartões de débito e crédito.
“A organização do concurso comunica que a miss de 2019, Mikaelly Zanotto, perdeu o seu título devido a conduta irregular perante a lei. A atitude isolada dela (caso único em 27 anos) não reflete a nossa filosofia de empoderamento e visibilidade positiva”, informou a organização em comunicado divulgado nas redes sociais.
De acordo com o delegado Leandro Gontijo, titular da 16ª DP, em um dos casos um homem diz ter conhecido Mikaelly por volta de meia-noite de 16 de julho em um bar na Avenida Érico Veríssimo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Na delegacia, ele contou que a chamara para ir embora com ele quando estava na fila de saída. Os dois entraram no carro dele e seguiram em direção a um motel na Barrinha. No estabelecimento, a transexual teria lhe dado uma lata de cerveja com algum tipo de substância.
Ainda segundo o depoimento, o rapaz disse se recordar somente do momento em que percebeu que estava sem a carteira e o celular. Ao questionar Mikaelly, ela disse que chamaria no quarto uma amiga e, momentos depois, apareceu com seu comparsa, Alexandre Porto Furtado Júnior, que está foragido. A vítima acusou a transexual de roubar seus pertences. Segundo ele, a Miss saiu correndo, entrando em um carro de aplicativo. Ao pagar a conta do motel, ele percebeu que teve três cartões de débito e crédito roubados. Dias depois, foram feitas três transações financeiras de R$ 6 mil e uma tentativa de empréstimo de R$ 5 mil.
Em outro procedimento, Mikaelly é suspeita de um crime semelhante. Nesse caso, foram feitas transferências bancárias por meio de PIX para a conta dos criminosos.
As investigações mostraram que Mikaelly utiliza diversos nomes, o que dificulta sua identificação nos crimes. Apenas em Mato Grosso do Sul, ela possui 17 anotações criminais por furto, além de dano e receptação. Em 1 de janeiro de 2015, ela foi presa em flagrante por matar a travesti Douglas dos Santos Pinheiro, conhecido como Verônica Bismark, com um golpe de canivete em Coxim, a 260 quilômetros de Campo Grande. Ela também é suspeita de crimes em São Paulo e em Santa Catarina. As informações são do TJ-RJ e do jornal O Globo.