Mundo Kiev e Moscou chegam a novos acordos para acalmar leste da Ucrânia

Ministro das Relações Exteriores da Alemanha tomou a frente do processo de pacificação das relações entre Ucrânia e Rússia. Foto; Reprodução

Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França deram neste sábado novos passos para acalmar o leste ucraniano com o compromisso de avançar na retirada de armamentos e minas das regiões separatistas.
Segundo explicou aos meios de comunicação o alemão Frank-Walter Steinmeier após a conclusão da reunião mantida em Villa Borsig, a residência de convidados do Ministério das Relações Exteriores alemão nos arredores de Berlim, ocorreram avanços claros em alguns pontos dos acertos assinados em fevereiro em Minsk, no território russo.
A reunião de hoje, a sétima entre os ministros no denominado formato de Normandia, ocorreu em um ambiente diferente das anteriores, já que pela primera vez tanto as autoridades de Kiev como os rebeldes pró-Rússia tinham confirmado que o cessar-fogo está sendo respeitado nas regiões separatistas, um dos principais compromissos de Minsk violado de forma reiterada.
De fato, segundo Steinmeier, foi o encontro no qual menos confronto houve e o mais bem-sucedido, embora os acordos deverão ser fechados pelo grupo de contato, no qual participam Rússia, Ucrânia, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa e os separatistas pró-Rússia.
Steinmeier acredita que as partes em conflito possam dar sinal verde em sua próxima reunião a um acordo concreto para a retirada completa e o mais rápido possível do armamento leve e dos tanques.
Conforme sua opinião, o acordo entre Kiev e Moscou está perto de ser alcançado porque as posições das partes não estão afastadas.
Os quatro ministros estiveram, além disso, de acordo que possa começar a retirada de minas terrestres e, neste contexto, Steinmeier voltou a destacar a importância dos observadores ter acesso livre e sem limites à zona de conflito. De acordo com o alemão, houve também avanços em torno do processo político que a Ucrânia deverá seguir em cumprimento dos acertos de Minsk, que inclui a realização de eleições locais, embora devam ser negociadas ainda questões espinhosas sobre o processo eleitoral e sobre a reforma constitucional.
“Há propostas sobre a mesa e em nossa opinião são uma boa base para tomar decisões”, disse o dirigente da Alemanha. Do ponto de vista humanitário e perante a chegada do inverno, os ministros advogaram para que as organizações de ajuda tenham acesso sem restrições à população das regiões separatistas.
O objetivo é, apontou, impulsionar o mais rápido possível os projetos de reconstrução previstos, com especial atenção à provisão de água.
A reunião de hoje serviu para preparar a cúpula de 2 de outubro em Paris entre os líderes dos quatro países: o russo Vladimir Putin, o ucraniano Petro Poroshenko, o francês François Hollande e a alemã Angela Merkel. Apesar dos compromissos alcançados, Steinmeier advertiu sobre a dificuldade do processo em andamento e da fragilidade de cada avanço.

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