Brasil Lama atinge reserva de desova de tartarugas-gigantes
Por Redação O Sul | 27 de novembro de 2015
As tentativas de contenção da lama e dos rejeitos que vazaram da barragem da Samarco em Mariana (MG) e atingiram a foz do rio Doce no Espírito Santo não impediram que os igarapés – berçários de caranguejos e de peixes – fossem tingidos e nem que a maré levasse os detritos à parte Norte da reserva ecológica de Comboios, único ponto fixo de desova das tartarugas-gigantes no País.
A primeira tentativa foi de barrar os resíduos com 9 quilômetros de boias. A mineradora havia afirmado que a medida reteria 80% dos resíduos, mas praticamente todo material ultrapassou o obstáculo.
E há outras dificuldades: máquinas que tentam alargar a foz atolam na areia e trabalham em ritmo lento. Em quanto isso, pescadores, moradores e ambientalistas aguardam com angústia a chegada da parte mais espessa da lama de mineração.
De acordo com Antônio de Pádua Almeida, chefe da Reserva de Comboios, do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, os ninhos das tartarugas que estavam próximos à foz do Rio Doce foram tirados previamente, para que a lama não os atingisse. Mas a chegada do material contaminado à parte norte do santuário ameaça outros ninhos. A Marinha do Brasil vem monitorando o avanço da lama, que já penetrou 20 quilômetros pelo mar. O oceano também já está vermelho oito quilômetros ao sul da foz e 35 quilômetros ao norte.
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