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Brasil “Larápios” e “escroques” ainda ocupam cargos vistosos na República, diz o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em sua carta de despedida

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Janot foi substituído por Raquel Dodge. (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)

Pouco antes da meia-noite do último domingo (17), nos últimos minutos como chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot mandou a última mensagem aos procuradores, na qual afirma que “escroques” ainda ocupam cargos no País.

“Espero que a semente plantada germine, frutifique e que esse trabalho coletivo de combate à corrupção sirva como inspiração para a atual e a futura geração de brasileiros honrados e honestos”, afirmou.

“Precisamos acreditar nessa ideia e trabalhar incessantemente para retomar os rumos deste país, colocando-o a serviço de todos os brasileiros, e não apenas da parcela de larápios egoístas e escroques ousados que, infelizmente, ainda ocupam vistosos cargos em nossa República.”

Na mensagem, enviada pelo sistema interno do Ministério Público, Janot deseja boa sorte à sucessora, Raquel Dodge, mas destaca que não vai transmitir o cargo e enfatiza que assumiu a PGR (Procuradoria-Geral da República) depois de ser eleito o primeiro na lista tríplice da categoria – ela ficou em segundo lugar e foi indicada pelo presidente Michel Temer. O mais votado foi o subprocurador Nicolao Dino, aliado de Janot.

“Por motivos protocolares, não poderei transmitir o cargo a minha sucessora, mas desejo-lhe sorte e sobretudo energia para os anos que virão. Que a nova PGR encontre alegria mesmo diante das adversidades e que seja firme frente aos desafios”, diz Janot na mensagem.

De acordo com a assessoria de Dodge, ele foi convidado por e-mail para a posse.

“Ao fim desses dois mandatos que me foram outorgados pelos meus pares, entrego-lhes um Ministério Público diferente do que o que recebi dos meus antecessores”, escreveu Janot.

“Construí, com um grupo de colegas, o projeto que foi submetido, em 2013, ao crivo da lista tríplice. Os membros do MPF confiaram em mim e nas ideias de inovação que minhas propostas representavam. Fui então o primeiro da lista tríplice.”

Passagem polêmica desde o início

Após tomar posse no cargo de procurador-geral da República, em 2013, Rodrigo Janot recebeu em audiência o então presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), o delegado Marcos Leôncio.

Naquele momento, a queda de braço entre Procuradoria-Geral da República e PF (Polícia Federal) não era pequena, mas estava distante da conflagração aberta que se tornou na gestão de Janot.

Quando Leôncio chegou para o que acreditava ser uma reunião de troca de impressões, encontrou Janot em uma mesa cercado por assessores, incluindo o então procurador Marcello Miller, hoje pivô da crise da delação da JBS.

“Dessa reunião ficou uma imagem do Janot imperial. Ele disse mais ou menos assim: que não havia o que conversar entre PF e MPF”, diz o delegado. “A PF teria que ser subordinada à PGR nas investigações, com a PF concordando ou não. Saí da reunião já sabendo que não teríamos anos fáceis pela frente.”

Durante o mandato, Janot tentou proibir a PF de fechar delações. Com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal), ainda não julgada, exigiu que a polícia não indiciasse parlamentares com foro privilegiado e tentou impedir delegados de entregar documentos ao então ministro relator da Lava Jato, Teori Zavascki.

Reveladores, os embates entre Janot e PF foram só um dos pontos turbulentos dos quatro anos da gestão que o mineiro de 60 anos, completados na sexta (15), encerrou neste domingo (17).

Ao deixar a cadeira para Raquel Dodge, Janot entra para a galeria dos procuradores-gerais com um destaque ímpar e uma montanha-russa de polêmicas.

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