Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2015
A mudança negativa na perspectiva da nota de classificação de risco do Brasil, promovida ontem pela agência Standard & Poor’s, gerou reações no mundo político. Reservadamente ou explicitamente, senadores e deputados da base disseram que não aceitarão essa faca no pescoço nem voltarão a matar no peito o ajuste que não é mais do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas do PT. Garantiram que foi um jogo combinado da Standard & Poor’s com o comando econômico da nação para deixar a bomba estourar no Congresso Nacional.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), menosprezou o papel da agência e disse que a avaliação não deve ser levada em conta. O parlamentar chamou de firula a decisão da Standard & Poor’s sobre o Brasil. “Ela não têm nada que se meter no País. Essa crise é forjada. Enquanto a avaliadora fica com firulas, a população está consumindo. Trata-se de um desserviço ao Brasil, não tem que ficar dando pitaco na vida interna do Brasil. Essas análises não deveriam nem ser levadas em conta”, vociferou Guimarães.
O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), líder da oposição no Congresso, avaliou que o rebaixamento da perspectiva da nota de risco do Brasil mostrou que a medida do governo, anunciada na semana passada, de reduzir drasticamente a meta fiscal, foi equivocada. “O Executivo errou ao ampliar os gastos em uma fase de crise, contrariando o bom senso, que recomenda cortes na economia quando a hora é de dificuldade”, enfatizou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lamentou a decisão da Standard & Poor’s. Ele teme que o pior ainda poderá acontecer. “A deliberação foi ruim. Sinalizou o risco de perder no futuro o nosso grau de investimento”, resumiu o político.
O líder da minoria na Casa, Bruno Araújo (PSDB-PE), crê que a projeção negativa a partir da decisão da agência foi resultado da corrupção disseminada no governo e de medidas equivocadas na área econômica nos últimos anos: “Isso é o preço da descoberta de toda a sujeira jogada para debaixo do tapete no decorrer do tempo”. (AG)