Sábado, 20 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2025
A liquidação do Banco Master completou um mês nessa quinta-feira (18), mas 1,6 milhão de brasileiros que possuíam depósitos e investimentos na instituição financeira, cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), ainda aguardam o prazo de depósito dos montantes – que segue sem previsão.
Em nota, o FGC informou que aguarda “as informações do Banco Master, Banco Master de Investimento e Banco Letsbank, que estão sendo consolidadas pelo liquidante, com o apoio do FGC, para iniciar o pagamento da garantia aos credores tão logo quanto possível”.
Nas últimas liquidações, o FGC informou que a lista de quem iria ser ressarcido saiu, em média, entre 30 e 40 dias após a liquidação.
O FGC funciona como um tipo de seguro que protege os investidores e os correntistas em caso de liquidação ou falência, por exemplo. Estão cobertos pelo FGC os investimentos em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e em Letras de Crédito Agrícola e Imobiliário (LCAs e LCIs), além de depósitos em poupança e conta corrente.
O valor pago pelo Fundo é de até R$ 250 mil por pessoa física ou jurídica, e isso inclui também a rentabilidade obtida no investimento. Esse montante está limitado por instituição ou conglomerado financeiro. Além disso, há um teto de R$ 1 milhão por período de quatro anos, no caso de quebra de mais de uma instituição no mesmo período.
O que fazer agora? O FGC aconselha que os brasileiros que possuíam depósitos e investimentos na instituição financeira baixem o aplicativo do Fundo Garantidor de Créditos, realizem um cadastro básico e aguardem as notificações sobre as próximas etapas.
Após receber os dados dos credores, o FGC divulgará nos seus canais oficiais e no seu site todas as instruções sobre o início dos pagamentos. Todo o processo será feito pelo aplicativo, sem o investidor precisar comparecer em um lugar presencialmente.
Caso do Banco Master
– Banco Central determinou em 18 de novembro a liquidação extrajudicial do Master. A decisão interrompe o funcionamento da instituição. Com a determinação, o banco é removido do SFN (Sistema Financeiro Nacional).
– Dono do Master foi preso em 18 de novembro ao tentar embarcar em Guarulhos para Dubai. Daniel Vorcaro recebeu voz de prisão de um policial federal à paisana quando passava pela revista por raio-X e foi mantido preso após audiência de custódia.
– Banqueiro foi um dos alvos da Operação Compliance Zero. A ação da PF (Polícia Federal) foi deflagrada para apurar suspeitas de crimes contra o sistema financeiro realizados por Vorcaro e outros diretores do Banco Master na tentativa de vender a instituição ao BRB (Banco de Brasília). O banqueiro foi solto na manhã de 29 de novembro, horas após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
– Investigação diz que o Master fabricou carteiras de crédito falsas. A acusação cita ainda que o banco de Vorcaro teria usado uma empresa de fachada para comprar créditos de dívidas de R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio deste ano. Os produtos de investimento irregulares teriam sido vendidos ao BRB.
– Defesa de Vorcaro afirmou que prisão foi embasada em “expressões genéricas”. Os advogados do banqueiro avaliaram que a decisão da PF não considerou “fatos concretos e individualizados que demonstrem risco atual atribuído especificamente a cada investigado”. Sobre as supostas carteiras falsas de crédito, os defensores afirmaram que elas “foram previamente adquiridas pelo Banco Master junto a terceiros que atuavam na originação de créditos, prática comum de mercado”. As informações são do jornal Valor Econômico e do portal de notícias UOL.