Segunda-feira, 04 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2025
O premiado jornalista gaúcho José Luís Costa acaba de lançar o livro “Homão”, biografia do treinador Dorival “Yustrich” Knipel (1917-1990), um dos mais polêmicos profissionais já surgidos no futebol brasileiro. Com 271 páginas e texto do escritor carioca Ruy Castro, a publicação tem venda exclusiva no site da Lisboa e Rocha Editora & Consultoria (lisboaerocha.com.br).
Yustrich nasceu em Corumbá (MS) mas foi criado desde a infância no Rio de Janeiro. O apelido era motivado por sua semelhança física com Juan Elias Yustrich, famoso goleiro do clube argentino Boca Juniors.
Também conhecido como “Homão” e “Napoleão”, atuou como goleiro (1935-1950) no Flamengo, Vasco e América-RJ. Já no papel de treinador (1948-1985) a lista é imensa, incluindo clubes como Atlético Mineiro, Cruzeiro, Bangu, Coritiba, Flamengo, Vasco, Corinthians e Porto (Portugal).
Em 271 páginas, a publicação detalha um ser humano “durão”, brutalizado por uma tragédia familiar na adolescência e que não conhecia o significado da palavra “limite”. Conquistou com a mesma intensidade amigos e inimigos entre atletas, dirigentes e profissionais da imprensa.
Natural de Porto Alegre, o jornalista José Luís Costa se notabilizou pelo trabalho em veículos impressos do Rio Grande do Sul e do País. Seus trabalhos já receberam honrarias como o Prêmio Esso de Jornalismo e o Prêmio Latino-Americano do Instituto Prensa y Sociedad.
Personalidade forte
O autor acrescenta, respalado por quatro anos de pesquisas, incluindo a consulta a documentos de época e 140 entrevistas: “Ele foi insuperável na arte de arrumar encrenca. Entre as décadas de 1930 e 1980, ninguém do meio esportivo se meteu em tantas controvérsias. Discussões, ameaças, brigas, socos, tiros e prisões fazem parte desse currículo, iniciado como modesto goleiro e consagrado como um grande treinador.”
Yustrich encerrou sua carreira em 1985, no Villa Nova-MG. Distante dos holofotes, só foi notícia novamente ao falecer, em 1990. Esse isolamento – aliado à sua própria antipatia em relação ao trabalho da imprensa esportiva –acabou contribuindo para a circulação de informações desencontradas sobre ele.
Restou o personagem folclórico, agora detalhado em livro. Um comandante corpulento (quase 1,90 metro de altura), explosivo, com fama de disciplinador, que não permitia a seus atletas o cultivo de barba ou cabelo comprido, muito menos atrasos e falta de empenho nos treinos.
(Marcello Campos)