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Rio Grande do Sul Livro reúne artigos de pesquisadores e artistas sobre a cultura negra na construção da identidade gaúcha

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Publicação foi lançada nesta segunda-feira em evento no Palácio Piratini. (Foto: Itamar Aguiar Palácio Piratini)

Na tarde desta segunda-feira (20), feriado estadual alusivo à Revolução Farroupilha (1835-1845), uma cerimônia no Palácio Piratini marcou o lançamento oficial do livro “A Matriz da Cultura Negra no Gauchismo”. Trata-se de uma coletânea de artigos, assinados por pesquisadores e artistas, sobre a participação da etnia na construção da identidade regional do Rio Grande do Sul.

A organização da obra é da declamadora Liliana Cardoso, e primeira mulher negra homenageada como patrona dos Festejos Farroupilhas. Segundo ela, o Estado carece de materiais que evidenciem o protagonismo do povo negro na construção da identidade regional. Daí a importância desse resgate.

“Normalmente, tem-se em perspectiva a Revolução Farroupilha e o episódio do Massacre dos Porongos, quando uma quantidade expressiva de negros foi colocada em linha de frente e massacrada”, frisou Liliana. “Mas a participação é ampla e se estende por todas as áreas que hoje abarcam tradicionalismo e o nativismo, tais como dança, canto, declamação e atividades campeiras.”

Ao divulgar a novidade, o governo do Estado não mencionou como a obra pode ser adquirida. Em todo caso, sugere-se que interessados entrem em contato com o a Secretaria Estadual da Cultura (Sedac), por meio do site oficial estado.rs.gov.br.

Textos

– Prefácio / Ernesto Fagundes;
– Apresentação / Liliana Cardoso;
– “O negro na história e na construção do gauchismo” / Luiz Cláudio Knierim;
– “A formação da sociedade gaúcha e a participação do negro” / Paulo Gonçalves;
– “A presença do negro na literatura rio-grandense: os Contos Gauchescos” / Vera Haas;
– “As tradições gaúchas no compasso da matriz africana do Maçambique” / Iosvaldir Bittencourt Junior;
– “Oliveira Silveira: o afrogaúcho” / Sátira Pereira Machado e Naiara Rodrigues Lacerda;
– “A boneca Abayomi: símbolo de resistência da cultura afrobrasileira no RS” / Graciele Lopes Ribeiro;
– “Corpo negro em movimento: a ancestralidade no contexto da dança tradicionalista” / Robson Cavalheiro;
– “O enlace entre a cultura negra e o tradicionalismo” / Movimento Negro Raízes;
– “Cavalgada para consciência dos lanceiros negros contemporâneos: trajetória de um trajeto” / Giovanni Mesquita;
– “Negro forte laçador: resistir é pegar um touro à unha todos os dias” / Lise Ferreira;
– “Pioneirismo e trajetória de uma cantora negra no gauchismo” / Loma Pereira;
– “Vozes da negritude na poesia gaúcha” / José Luiz Rodrigues dos Santos;
– “A resistência negra no Acampamento Farroupilha” / Giovanni Mesquita e Cláudio Knierim;
– “Prendas, cirandas e negritude: histórias contadas, dores veladas, silêncios construídos” / Tainá Valenzuela;
– “Reminiscências de um laço eterno: amor de irmãs, tradicionalismo e um legado” / Maira Simões Rodrigues e Jianine Simões Rodrigues;
– “Ausência do negro rio-grandense nas bibliografias dos concursos de prenda” / Karina da Silva;
– “Alguns expoentes da negritude na cultura tradicionalista e nativista” / Carlos Omar Vilella Gomes;
– “A história do poema ‘Quilombo do Morro Alto'” / Carlos Omar Villela Gomes;
– “Tradicionalidade ou exclusão?” / Aline Martins Linhares;
– “A matriz da cultura negra no gauchismo: práticas pedagógicas em sala de aula” / Ana Paula Homem;
– Posfácio / Joaquim Moncks.

Manifestações

Além de Liliana, o evento contou com participação do governador Eduardo Leite e da secretária estadual da Cultura, Beatriz Araujo. O chefe do Executivo discursou, enaltecendo a relevância do tema:

“Este centenário Palácio tem a referência ao negro nos murais pintados por Aldo Locatelli, levando uma visão sobre o negro a partir do Negrinho do Pastoreio, uma das lendas de Simões Lopes Neto sobre um pequeno menino escravo. Mas ela não traduz a participação do negro na nossa história. A interferência vai muito além disso”.

Ele também lembrou que, desde a semana passada, o Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini abriga a exposição “Gaúcho”, do fotógrafo Fábio Mariot, apresentando um gaúcho diferente do imaginário social. São homens negros, de diferentes regiões do Estado, fotografados em sua lida diária, em galpões de fazendas.

“O que a gente quer é a valorização da nossa cultura, dos nossos povos, das nossas diferenças e das diferentes visões, por isso, este lançamento é tão importante”, acrescentou o governador.

“É um momento muito importante, no qual a luta de tantas pessoas pela igualdade e reconhecimento se vê contemplada por uma ação que parte da sociedade, com o aval do governo e o entusiasmo de meus colaboradores da Secretaria da Cultura”, emendou a titular Beatriz Araujo.

(Marcello Campos)

 

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