Domingo, 16 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2015
Delator da Operação Lava-Jato e atualmente preso, o lobista Fernando Soares disse ter feito um pagamento de 2 milhões de reais a um amigo do ex-presidente Lula, montante que seria destinado a uma nora do petista. O lobista, conhecido como Baiano, afirmou também que fez pagamentos em dinheiro vivo de ao menos 1 milhão de reais ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Baiano disse que o pagamento que beneficiaria a nora de Lula foi feito ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do petista, e se referia a uma negociação envolvendo a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista, atualmente em recuperação judicial. O delator contou que trabalhava para que a OSX participasse de contratos da Sete Brasil, firma formada por sócios privados e pela Petrobras e que administra o aluguel de sondas para o pré-sal.
Baiano disse que pediu ajuda a Bumlai e que, adiante, o próprio Lula “participou de reuniões com o presidente da Sete Brasil para que a OSX fosse chamada para o negócio”. A negociação não avançou, mas mesmo assim Bumlai cobrou comissão de 3 milhões de reais, disse Baiano. O dinheiro seria para uma nora de Lula, cujo nome não foi mencionado, pagar uma parcela de um imóvel. Baiano contou que repassou então 2 milhões de reais a Bumlai. Ele não soube dizer se o valor foi entregue a algum parente de Lula.
O Instituto Lula afirmou que o petista nunca autorizou Bumlai a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano. Baiano também disse no depoimento ter levado entre 1 milhão de reais e 1,5 milhão de reais a um escritório de Cunha em 2011. Disse que deixou a quantia um certo Altair. O pagamento era parte de uma propina de 5 milhões de dólares prometida a Cunha pelo lobista Julio Camargo. Era referente à contratação de navios-sonda pela Petrobras. (Folhapress)