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Geral Lula afirma ser contra o aborto, mas ressalta que é uma “insanidade” punir mulher com pena maior do que estuprador

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o aborto deve ser tratado com uma questão de saúde pública. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesse sábado (15) ser contra o aborto, mas ressaltou que é “uma insanidade alguém querer punir uma mulher com pena maior que o criminoso que fez o estupro”. O mandatário brasileiro havia sido questionado sobre o projeto de lei que torna homicídio a interrupção da gravidez após 22 semanas de gestação.

“Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, fui casado, tive 5 filhos, 8 netos, e uma bisneta. Sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, temos que tratar aborto com questão de saúde pública. É uma insanidade alguém querer punir uma mulher com pena maior que o criminoso que comete o estupro. É, no mínimo, uma insanidade”, disse.

“Tenho certeza que o que tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada nesses casos para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito a vítima.”

Nos últimos dias, houve reação, inclusive com protestos em cidades brasileiras, à aprovação do regime de urgência para votação pela Câmara dos Deputados de projeto de lei que prevê a aplicação de pena de homicídio simples em casos de aborto após 22 semanas.

Para virar lei, o texto ainda precisa ser aprovado pelos deputados e, também, pelo Senado; e, posteriormente, sancionado pela Presidência da República. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) já disse que, se o tema chegar à Casa, não será tratado com pressa.

As penas por homicídio simples no Brasil podem ir até 20 anos de reclusão, enquanto a pena por estupro é de cerca de 10 anos.

O presidente falou com jornalistas em um hotel em Carovigno, na região da Puglia, na Itália, um dia depois de participar de encontro do G7 com países convidados.

No Continente Europeu desde a última quinta-feira (13), Lula apresentou, em coletiva de imprensa, um balanço de seus compromissos internacionais em Genebra, na Suíça, e em Borgo Egnazia, na Itália. Na visita à Europa, o mandatário brasileiro se reuniu com lideranças mundiais e de organizações internacionais, participou do Fórum Inaugural da Coalizão para Justiça Social da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e integrou as discussões da Cúpula do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).

Na entrevista, Lula também falou sobre a desigualdade social. “Convidei todos para entrarem na briga contra a desigualdade, contra a fome e a pobreza. Não é possível que você tenha meia dúzia de pessoas que têm mais dinheiro que o PIB da Inglaterra, que o PIB da Espanha, que o PIB de Portugal e que o PIB da Alemanha juntos. Não é possível. Não é possível que tão poucos tenham tanto dinheiro e muitos tenham tão pouco. É preciso dar um certo equilíbrio se a gente quiser acabar com a fome, se a gente quiser fazer justiça social nesse país”, destacou o presidente.

Lula ressaltou que convidou os líderes com quem se reuniu durante a viagem para participar ativamente do G20, grupo de países que o Brasil preside atualmente, cuja Cúpula será realizada nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Antes disso, em julho, o governo brasileiro pretende lançar um programa de combate à fome e à pobreza no âmbito do G20. O presidente apontou que percebeu o entusiasmo dos dirigentes em participar do evento e pediu para que empresários também os acompanhem, com o objetivo de ampliar o comércio exterior.

“Tenho convidado os presidentes dizendo para eles: olha, eu gostaria que você fosse ao Brasil e que você levasse muitos empresários para a gente juntar com empresários brasileiros e fazer negociações, porque é preciso aumentar a rentabilidade de cada país, o comércio exterior, o fluxo da balança comercial. E quem trata disso é empresário, não é governo. O governo só abre a porta”, disse Lula.

Antes da entrevista coletiva, na abertura do último dia de compromissos oficiais no G7, o presidente teve reuniões com o chanceler da República Federativa da Alemanha, Olaf Scholz, e com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que foi quem o convidou para participar da Cúpula. Lula relatou à imprensa que convidou Meloni a visitar o Brasil para ter contato com os quase 30 milhões de descendentes de italianos que moram no País, bem como o líder alemão para participar da celebração do bicentenário da imigração alemã no Brasil. “Nós vamos completar 150 anos de imigração da Itália. E 200 anos da imigração da Alemanha. E nós também convidamos o governo alemão para se fazer presente na festa de comemoração, que vai acontecer em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul”, afirmou.

Na sexta-feira (14), o presidente Lula discursou na sessão de trabalho do G7 sobre inteligência artificial, energia, África e Mediterrâneo. Em sua oitava participação em cúpulas do grupo, Lula propôs a criação de uma governança global de inteligência artificial, defendeu a tributação de super-ricos e destacou a importância de conduzir uma revolução digital inclusiva e enfrentar a mudança do clima com foco na dignidade humana. No mesmo dia, teve reuniões bilaterais com o presidente francês, Emmanuel Macron; com a representante da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen; com o premiê da Índia, Narendra Modi; com o presidente da Turquia, Recep Erdoğan; e com o Papa Francisco.

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