Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2024
Lula defendeu que a empresa deva ser utilizada na governança de dados e que a estatal tenha estrutura para desenvolver a I.A brasileira
Foto: Ricardo Stuckert/PRO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (27) que pretende usar a Telebras para desenvolver inteligência artificial no País sem depender de outras nações que “já estão na frente”.
Em visita ao Cope-P (Centro de Operações Espaciais Principal) da Telebras, em Brasília, Lula defendeu que a empresa deva ser utilizada na governança de dados e que a estatal tenha estrutura para desenvolver a I.A brasileira.
“Eu vim à Telebras porque quero dar um exemplo para o Brasil. A gente vai fazer com que essa empresa seja brasileira, a serviço do brasileiro, a serviço da nossa soberania, a serviço do nosso conhecimento tecnológico, a serviço da nossa inteligência artificial, da concentração do nosso banco de dados, e para prestar serviços ao povo brasileiro, que está precisando de ter o melhor”, afirmou na ocasião.
O presidente também criticou o modelo de privatização das estatais e chamou de “o cúmulo da ignorância”. Ela chamou a desestatização de “ignorância levada à sétima potência”. “Um estado que não se respeita, governo que não tem visão de estado, tem coisas que tem ser inexoravelmente do estado”, disse.
Lula ainda destacou que falta “brio” nas autoridades do país e “orgulho de ser brasileiro”. Para ele, o Estado deve pensar no que pode “oferecer para a sociedade”. “Uma empresa como essa aqui é um garante de que a gente pode discutir inteligência artificial sem as outras nações que já estão na frente”, disse.
No fim de julho, o governo lançou o PBIA (Plano Brasileiro de Inteligência Artificial) 2024-2028, que prevê investimento em desenvolvimento tecnológico de R$ 23 bilhões em quatro anos.
Um dos pontos do programa prevê um aporte para instalar um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo no LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), localizado em Petrópolis (RJ), até 2026 – o que vai proporcionar maior conectividade com todos os outros supercomputadores do Brasil e utilização da iniciativa privada e poderá ser conectado com a Telebras.
Em 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso privatizou o Sistema Telebras. Desde o começo de sua gestão, Lula passou a reestatizar empresas e a instituição foi retirada da lista de privatizações em abril de 2023.
Assinatura de cooperação
O presidente foi acompanhado ao órgão por uma comitiva de ministros, como Juscelino Filho (Comunicações), Luciana Santos ( Ciência e Tecnologia), Esther Dweck (Gestão) e Rui Costa (Casa Civil), e Luiz Marinho (Trabalho).
Na ocasião, Telebras e o Ministério do Trabalho e Emprego assinaram um contrato para fornecer serviços de telecomunicações de longa distância. Segundo as informações do Palácio do Planalto, o acordo vai garantir conectividade segura entre as 409 agências do ministério, com monitoramento contínuo contra ataques cibernéticos.
O Cope-P opera e monitora o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas. O dispositivo, que é 100% brasileiro, cobre todo o território nacional e tem capacidade de proporcionar internet banda larga Brasil afora por meio de programas de inclusão digital do governo.
O órgão possui um dos datacenters mais seguros do mundo, com certificação TIER IV do Uptime Institute, em Seattle. Essa é a mais alta classificação de disponibilidade e confiabilidade para data centers, conhecida como Fault Tolerant, imune a paralisações de infraestrutura.
Essa certificação foi concedida pela primeira vez a uma empresa de telecomunicações no Brasil. O Cope-P é o segundo datacenter no Brasil a obter a certificação TIER IV e o primeiro no setor público.