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Brasil Lula desafia juíza sobre ser dono do sítio, e ela rebate: “se começar nesse tom, teremos problemas”

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é acusado de ter recebido propina. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a juíza federal substituta Gabriela Hardt protagonizaram momentos de embate logo no início do interrogatório do petista no processo do sítio em Atibaia (SP) na tarde desta quarta-feira (14). Neste processo, o ex-presidente é acusado de ter recebido propina de aproximadamente R$ 1 milhão por meio de reformas realizadas no sítio pelas empreiteiras Odebrecht, Schahin e OAS. O MPF (Ministério Público Federal) também atribui a Lula o sítio, cuja propriedade está registrada nos nomes de Fernando Bittar, amigo da família de Lula, e Jonas Suassuna. As informações são do portal de notícias UOL.

A juíza iniciou o interrogatório perguntando ao ex-presidente se ele sabia do que estava sendo acusado no processo, ao que Lula prontamente respondeu: “Não. Gostaria que a senhora pudesse me explicar qual é a acusação”.

Após Hardt explicar brevemente que Lula responde por supostos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o ex-presidente rebateu: “Eu imagino que a acusação que pesava sobre mim é que eu era dono de um sítio em Atibaia”.

“Não, não é isso que acontece. É ser beneficiário de reformas que foram feitas”, interrompeu a juíza, dizendo que a acusação “passa pela relação” de Lula ser o dono do sítio.

O ex-presidente insistiu mais uma vez: “Doutora, eu só queria perguntar, primeiro um esclarecimento, porque eu estou disposto a responder toda e qualquer pergunta. Eu sou dono do sítio ou não?”.

“Isso é o senhor que tem que responder, não eu, doutor, e eu não estou sendo acusada neste momento”, devolveu a juíza. “Não, quem tem que responder é quem me acusou”, rebateu Lula.

A juíza então subiu o tom e disse que, se Lula continuasse agindo daquela forma, haveria “um problema”.

“Doutor, senhor ex-presidente, esse é um interrogatório. E se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter um problema. Vamos começar de novo”, disse. “Eu sou a juíza do caso e vou fazer as perguntas que preciso que sejam esclarecidas para que o caso seja sentenciado ou algum colega possa sentenciá-lo”, completou.

O advogado José Roberto Batochio, um dos defensores de Lula, interveio e afirmou que, de acordo com as leis, o interrogatório é o “momento em que o acusado exerce a autodefesa”.

A intervenção rendeu alguns momentos de desentendimento entre Batochio e o procurador Athayde Ribeiro Costa, do MPF. “Eu estou me dirigindo ao juízo”, disse o advogado, que questionou: “O senhor quer substituir o juízo?”.

A juíza repreendeu a discussão e então perguntou a Lula se ele se sentia apto a ser interrogado naquele momento. “Eu me sinto apto e me sinto desconfortável”, disse Lula.

“Se o senhor se sente desconfortável, o senhor pode ficar em silêncio”, respondeu Hardt. Lula ainda perguntou quando ele poderia falar, ao que a juíza disse, mais uma vez, que o petista poderia responder às suas perguntas.

“Eu não vou responder interrogatórios e nem questionamentos aqui. Está claro?”, insistiu a juíza. O desentendimento durou mais alguns segundos, enquanto Lula dizia que “não imaginava que seria assim” e que era “vítima de uma mentira há muito tempo”. Hardt prontamente cortou a fala do ex-presidente e insistiu: “então vamos para as perguntas”.

Ao longo da oitiva, Lula e a juíza tiveram outros momentos de enfrentamento, vários deles com Hardt saindo em defesa do seu antecessor, Sérgio Moro, a quem o ex-presidente acusou de condená-lo sem provas.

Também durante o interrogatório, Lula negou saber quem pediu, quem pagou e quem realizou as obras no sítio de Atibaia.

Após o depoimento, o ex-presidente retornou à Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde abril cumprindo pena de 12 anos e um mês de prisão pelo caso do tríplex de Guarujá (SP).

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