Segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2025
Na próxima semana, Lula (foto) viajará pela primeira vez aos EUA na gestão Donald Trump a fim de participar da Assembleia Geral das Nações Unidas
Foto: Antonio Cruz/Agência BrasilEm crise diplomática com os governos de Israel e dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado e avalia participar com destaque da conferência que será realizada em Nova York, nos Estados Unidos, no próximo dia 22, para defender a criação do Estado Palestino. A pauta o opõe a Benjamin Netanyahu e a Donald Trump.
A iniciativa, patrocinada pela França e pela Arábia Saudita, pretende reunir países que apoiam a “solução de Dois Estados” para a crise entre Israel e a Palestina, e deve ser reforçada agora com líderes árabes depois do bombardeio israelense contra lideranças do Hamas realizado em Doha, no Catar. O governo Lula condenou extensamente o ataque militar a Doha por violar território de um terceiro país.
Na semana passada, países expressaram na ONU (Organização das Nações Unidas) amplo apoio amplo à criação do Estado Palestino e condenaram o ataque terrorista do Hamas que iniciou a guerra na Faixa de Gaza. EUA e Israel boicotaram a iniciativa. Netanyahu afirmou ainda que “não haverá um Estado Palestino” e defendeu a expansão de assentamentos israelenses, inclusive na Cisjordânia.
O Itamaraty confirmou que o presidente deve participar da segunda edição da Conferência para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados. Em julho, o chanceler Mauro Vieira discursou na primeira edição e anunciou medidas contra Israel.
O Brasil presidiu com Senegal um dos oito grupos de trabalho da Conferência, voltado a discutir “a promoção do respeito ao direito internacional com vistas à implementação da solução de dois Estados”.
Na próxima semana, Lula viajará pela primeira vez aos EUA na gestão Donald Trump a fim de participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. O governo prepara uma agenda de cinco dias em Nova York, também com foco na Semana do Clima, que antecede a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025).
Segundo integrantes do Palácio do Planalto, a presença de Lula no evento pró-Palestina depende apenas do peso que outros líderes políticos globais darão ao encontro. Lula somente deixaria de ir caso percebesse que será esvaziado.
O debate geral da Assembleia Geral marca os 80 anos de criação das Nações Unidas, e Lula deve fazer um longo discurso com referências à crise do multilateralismo e à necessidade de reforma das instituições do governança, a começar pelo Conselho de Segurança.
Membros do governo ligados à preparação do discurso presidencial dizem que Lula vai falar da soberania nacional – uma clara defesa em relação a tentativas de interferência de Donald Trump e ao uso de tarifas -, defesa e reforma da Organização Mundial do Comércio, questão climática, democracia e guerras.
Estão na pauta os ataques de Israel e dos EUA ao Irã, a guerra e a crise humanitária, bem como o futuro da Faixa de Gaza, o bombardeio ao Catar e a guerra na Ucrânia, citando a iniciativa sino-brasileira de lançar uma proposta de negociações de paz e o Grupo de Amigos, há um ano.
O Brasil também vai tentar promover uma reunião em defesa da democracia, aliado ao Chile e à Espanha, além de uma reunião para discutir a COP30 e o lançamento do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre. (Com informações de O Estado de S.Paulo)