Sexta-feira, 13 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2025
Convidado a participar da reunião de líderes do G7 na próxima terça-feira (17), no Canadá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ter um encontro bilateral com o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky. O pedido foi feito pela embaixada da Ucrânia em Brasília e, segundo auxiliares de Lula, a conversa só depende de um “alinhamento de agendas”.
O G7 é um grupo formado pelas principais economias do mundo: Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Japão, Itália e Canadá, além da União Europeia, que participa como bloco. O evento tem como tradição convidar outros países com relevância regional ou global para discutir temas urgentes da agenda internacional. Este ano, além do Brasil, também foram convidados África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México. A presença desses países reforça o esforço do grupo em dialogar com economias emergentes e promover uma maior cooperação multilateral.
A expectativa é que Zelensky aproveite a oportunidade para pedir apoio direto a Lula no conflito com a Rússia, que já se estende por mais de três anos. Desde a invasão russa ao território ucraniano, iniciada em fevereiro de 2022, a Ucrânia tem buscado apoio político, militar e econômico de diversos países, inclusive da América Latina.
A visita de Lula a Moscou, no mês passado, para participar das celebrações do Dia da Vitória — evento que celebra a derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial — foi vista com desconforto por autoridades ucranianas. Para Kiev, a presença do presidente brasileiro ao lado de líderes russos envia sinais ambíguos sobre sua posição no conflito.
Se confirmado, esse será o segundo encontro entre Lula e Zelensky. O primeiro aconteceu em setembro de 2023, em Nova York, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Na ocasião, os dois presidentes discutiram brevemente os caminhos para uma eventual mediação de paz, mas divergências persistiram.
A Ucrânia insiste na necessidade de uma posição mais firme da comunidade internacional contra a Rússia. No entanto, o Brasil tem adotado uma postura mais neutra, defendendo o diálogo e se opondo às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e por países europeus. Para o governo brasileiro, essas medidas “precisam ser tomadas de forma multilateral, no âmbito da ONU”, como repetem autoridades do Itamaraty. (Com informações do jornal O Globo)