Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2025
Lula também voltou a chamar o conflito de “genocídio” o conflito em Gaza
Foto: Ricardo Stuckert/PRO presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiantou, nesta terça-feira (3), que em sua visita de Estado à França, “certamente” vai discutir conflitos como o “massacre” de Israel à Faixa de Gaza e o acordo UE-Mercosul com o presidente francês Emmanuel Macron.
“Vou à França, vou ter reunião com o presidente Macron e discutir assuntos de interesses globais. Certamente vamos discutir a guerra da Rússia e da Ucrânia, certamente vamos discutir o massacre do Exército de Israel à Faixa de Gaza, certamente vamos discutir o Acordo União Europeia-Mercosul, certamente vamos discutir coisas na área da defesa”, afirmou a jornalistas.
“Também tem encontro com empresários franceses para vender o Brasil a eles”, informou o presidente, em entrevista coletiva. O objetivo é atrair investimentos e parcerias com o setor privado, disse.
Estão na agenda um debate em Mônaco sobre economia azul, a participação na Conferência dos Oceanos, em Nice.
Lula também voltou a chamar o conflito de “genocídio” e que é necessário “parar com esse vitimismo”, se referindo a acusações de que ele tem falas “antissemitas”.
“Você não pode, a pretexto de encontrar alguém, matar mulheres e crianças, deixar crianças com fome”, disse o presidente brasileiro. O governo israelense mantém ações militares em Gaza sob o argumento de buscar integrantes e lideranças do Hamas e destruir o grupo terrorista.
“Precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. E a morte de mulheres e crianças que não estão em guerra. Não dá, como ser humano, aceitar isso como se fosse uma guerra normal”, disse.
“É exatamente por conta do que o povo judeu sofreu na sua história que o governo de Israel tinha que ter bom senso no trato com o povo palestino. Só haverá paz quando tivermos consciência de que o povo palestino tem direito a sua terra”, completou o presidente.
No último domingo (1º), durante convenção do PSB, o presidente classificou a ofensiva israelense como “uma vingança de um governo contra a possibilidade da criação do Estado Palestino” e acrescentou: “por detrás do massacre em busca do Hamas, o que existe na verdade é a ideia de assumir a responsabilidade e ser dono do território de Gaza”.
O Itamaraty também condenou a situação na Faixa de Gaza e criticou “nos mais fortes termos” o anúncio de que Israel aprovou 22 novos assentamentos na Cisjordânia. Segundo o Ministério, a decisão é uma “ilegalidade flagrante perante o direito internacional”.
“O Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados”, destaca a nota.
No último dia 21, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, condicionou o fim da guerra na Faixa de Gaza à implementação de um controverso plano de deslocamento forçado de palestinos defendido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foi a primeira vez que o governo israelense mencionou a proposta dos EUA como condição para encerrar o conflito. Em janeiro, Trump sugeriu a transferência da população de Gaza para outros países árabes com o objetivo de “limpar a coisa toda”.