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Economia Lula diz que o BNDES foi difamado por Bolsonaro e que Cuba e Venezuela pagarão dívidas com o banco

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Lula também fez críticas ao BC na posse de Aloizio Mercadante como novo presidente do BNDES. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nessa segunda-feira (6) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi “vítima de um processo de difamação muito grave” nos últimos anos e que Cuba e Venezuela vão pagar, durante o governo dele, as dívidas que têm com a instituição.

O petista deu as declarações durante cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como novo presidente do BNDES, no Rio de Janeiro.

“Este banco [o BNDES] foi vítima de difamação muito grave durante o último processo eleitoral. As narrativas, mesmo que mentirosas, valem mais do que verdades ditas muitas vezes. Vivemos nos últimos quatro anos um processo de mentira tresloucada”, afirmou Lula.

O presidente classificou como mentiras contadas sobre o BNDES as falas sobre a suposta existência de uma “caixa-preta” na instituição; de que o banco deu dinheiro para países amigos dos governos petistas; e de que financiou apenas “meia dúzia” de empresas.

Sobre os empréstimos a países vizinhos, Lula afirmou que o BNDES financiou serviços de engenharia de empresas brasileiras em 15 países da América Latina e Caribe entre 1998 e 2017 e que os empréstimos deram “lucro”.

Ele acrescentou que o BNDES “nunca deu dinheiro para países amigos do governo”.

Em relação às dívidas que não foram pagas por Cuba e Venezuela, Lula afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro cortou relações com esses países e deixou de cobrar os empréstimos.

“Eu tenho certeza que, no nosso governo, esses países vão pagar, porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES”, afirmou o presidente.

Empréstimos

No pronunciamento, Lula afirmou que nos governos petistas os empréstimos concedidos pelo banco foram feitos de forma “técnica” por um corpo de funcionários “altamente qualificado”.

Em 2020, o BNDES informou que pagou R$ 42,7 milhões por uma auditoria que não encontrou irregularidades nas operações feitas entre o banco e as empresas do grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Dirigindo-se a Aloizio Mercadante, Lula disse que o banco deve privilegiar operações com micro e pequenas empresas.

“É importante a gente ter clareza que o BNDES tem que privilegiar o financiamento de micro e pequenos empreendedores para que a gente dê um salto de qualidade na produção e no crescimento econômico deste País”, declarou Lula.

Críticas

Lula, que tem feito duras críticas ao Banco Central, voltou a expor contrariedade com a postura da instituição. Ele afirmou que o Brasil tem uma “cultura” de juros altos que “não combina com a necessidade de crescimento” do País.

Lula também atacou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que, na semana passada, decidiu manter a taxa de juros em 13,75% – patamar em vigor desde o início de agosto de 2022.

“É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse o petista.

“Tem muita gente que fala: ‘Pô, mas o presidente não pode falar isso’. Ora, se eu que fui eleito não puder falar, quem que eu vou querer que fale? O catador de material reciclável? Quem que eu vou querer que fale por mim? Não. Eu tenho que falar. Porque quando eu era presidente eu era cobrado”, emendou o chefe do Executivo.

Recentemente, em entrevista, Lula chamou de “bobagem” a independência do Banco Central, prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

A ideia da lei é que, não podendo a diretoria da instituição ser demitida por eventualmente subir a taxa de juros, a atuação seja técnica, blindada de pressões político-partidárias, focada no combate à inflação.

A taxa de juros subiu mais de 11 pontos percentuais entre janeiro de 2021 e agosto de 2022. De acordo com o Banco Central, a medida foi necessária para frear a inflação, agravada por eventos como a pandemia da covid e a invasão da Ucrânia pela Rússia, além de fatores internos.

Com a disparada dos preços, o BC avaliou que era necessário elevar os juros e, assim, reduzir a circulação de dinheiro na economia – mecanismo que segura a inflação.

Economistas avaliam que a redução dos juros, para não piorar a inflação, deve ser acompanhada de melhorias na economia. O governo precisa dar sinais positivos ao mercado e aos investidores – por exemplo, garantindo responsabilidade fiscal e segurança jurídica.

Isso traria investimentos ao país e manteria as contas públicas sob controle, fatores que contêm a inflação.

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