Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (7), em Paris que está “tudo acertado” quanto ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Você pode estar certo de que vai acontecer exatamente o que nós acertamos, sem brigas, sem conflito, apenas fazendo aquilo o que tem que ser feito, conversar, encontrar uma solução e resolver”, afirmou a jornalistas ao ser questionado se o governo tem uma proposta alternativa para evitar a derrubada da alta do tributo no Congresso.
Lula disse que teve uma reunião em sua casa esta semana para discutir o IOF, com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de Gabriel Galípolo, do Banco Central, e Rui Costa, da Casa Civil.
“Foi uma belíssima reunião. Está tudo acertado”, disse Lula hoje em Paris.
Neste domingo, 8, haverá nova reunião entre Haddad, Motta, Alcolumbre e líderes partidários para discutir alternativas ao aumento do IOF.
As declarações de Lula foram feitas durante viagem à França.
Motta projeta pautar na terça texto que anula aumento ‘infeliz’ do IOF
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a classificar como “infeliz” o aumento do IOF feito pelo governo federal e afirmou que o projeto que tenta barrar a medida poderá ser votado na próxima terça-feira.
A decisão, no entanto, depende de uma reunião marcada para este domingo com o Ministério da Fazenda e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
“Tudo será deliberado depois dessa conversa. Até porque não é justo termos feito uma reunião com a equipe econômica do presidente da República, estabelecido um prazo de 10 dias para que o governo apresentasse alternativas, e agora tomarmos uma decisão antes disso”, afirmou neste sábado, 7, em evento em Guarujá (SP). “Eu acho que isso não é correto dentro da relação que foi construída”.
“Vamos aguardar”
O deputado acrescentou que não quer que ocorram movimentos “políticos bruscos”. “Então, qualquer posição tomada antes foge do que foi combinado. Vamos aguardar o que o governo irá apresentar. Eu entendo a ansiedade de todos, mas precisamos ter muita responsabilidade, serenidade e equilíbrio, que é o que temos mantido até aqui, para evitar que uma situação já difícil seja agravada por movimentos políticos bruscos.”
Foi por isso, segundo Motta, que a Câmara decidiu chamar a atenção do próprio governo sobre o impacto negativo do aumento do IOF.
“Foi uma medida infeliz, mal recebida pela Casa”, afirmou. A partir disso, a expectativa do Congresso é que o governo aproveite a oportunidade para se ajustar e apresentar alternativas para o problema fiscal não só de 2025, mas também de 2026. “Percebemos que há uma chance de não apenas pensar no problema imediato, mas de tratar de algo mais estruturante e de longo prazo, como reformas que nunca foram enfrentadas antes”, completou.
Para o deputado, o momento exige coragem e responsabilidade do Congresso. “A situação nos obriga a refletir sobre o que vem sendo feito ao longo do tempo e sobre o que o país já não suporta mais do ponto de vista das contas públicas”, disse.
Ele defendeu a necessidade de decisões estruturais em nome da responsabilidade fiscal. “Chegou a hora de tomarmos decisões importantes para garantir que o nosso Estado tenha contas públicas mais organizadas e, com isso, possamos ter um ambiente econômico melhor e continuar cuidando de quem mais precisa. Essa é a nossa contribuição para que o Brasil possa crescer.”