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Brasil “Lula não é comentarista de política”, disse a procuradora-geral da República sobre entrevistas do ex-presidente na prisão

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Raquel Dodge mencionou os princípios da moralidade e eficiência administrativa. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em manifestação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu que seja mantida a proibição para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dê entrevistas na prisão e disse que ele não é “comentarista de política”.

No parecer, produzido para subsidiar decisão de mérito a respeito, ela sustenta que a legislação prevê limitações aos direitos fundamentais de condenados —no caso, a liberdade de expressão— e que o cumprimento da pena deve ocorrer com discrição e sobriedade.

“Foge à finalidade da pena permitir entrevista que objetive obter do entrevistado opinião sobre a ‘situação política, social e econômica do País, especialmente no contexto atual da disputa democrática eleitoral’. O fato é que ele é um detento em pleno cumprimento de pena e não um comentarista de política”, escreveu a procuradora.

Entrevistas de Lula foram pleiteadas à Justiça pelos jornalistas Mônica Bergamo, colunista do jornal Folha de S. Paulo, e Florestan Fernandes Júnior.

O ministro do STF Ricardo Lewandowiski concedeu liminar favorável à concessão de entrevista em setembro, tendo em vista o direito do ex-presidente de se expressar e o exercício da liberdade de imprensa, assegurados pela Constituição.

O ministro Luiz Fux deu decisão contrária, atendendo a um pedido do partido Novo, o que abriu uma crise no Supremo. O presidente da corte, Dias Toffoli, manteve o entendimento de Fux até que o plenário se pronuncie.

Nos pedidos, a jornalista justificou que a entrevista é de “inegável interesse público, no cumprimento do direito-dever de informar, garantido constitucionalmente à livre imprensa”.

Florestan argumentou que é relevante ouvir o ex-presidente “sobre o contexto e as razões de sua prisão, bem como sobre a situação política, social e econômica do País, especialmente no contexto atual da disputa democrática eleitoral”.

O PT registrou a candidatura de Lula mesmo condenado e preso, mas a Justiça Eleitoral o barrou pela Lei da Ficha Limpa.

Dodge levou em conta os propósitos alegados pelos requerentes. Para ela, o interesse “centra-se única e exclusivamente” na figura de Lula, e não na análise das “condições de vida dos detentos, a situação do cárcere, etc., os quais, como visto, em geral são admitidos por Estados estrangeiros democráticos, na linha do Brasil, como justificativas para a realização de entrevistas com detentos”.

Ela alegou que a discrição e a sobriedade necessárias ao cumprimento da pena impõem que os presos fiquem a salvo de “qualquer tipo de sensacionalismo ou espetacularização”.

“Presos não são astros, ainda que sejam figuras públicas fora do cárcere. Dentro dele, no entanto, não exercem este papel. A fim de permitir que as finalidades penais de retribuição, prevenção e de reinserção social possam se concretizar, o contato de presos com meios de comunicação social não pode produzir um excesso de notoriedade ou contribuir para a sua estigmatização como heróis ou vilões”, afirma a procuradora.

Dodge pediu que o caso seja julgado pelo plenário e que sejam cassadas decisões favoráveis às entrevistas de Lula.

A procuradora fez um apanhado das normas vigentes em outros países, como Espanha, Canadá, Reino Unido e Austrália, concluindo que a legislação de nenhum deles permite a concessão de entrevistas de modo irrestrito. Destacou que a própria execução da pena justifica a proibição.

Ela ponderou que a liberdade de expressão de Lula não está completamente tolhida, pois ele pode ter contato com o mundo exterior por meio de cartas, leituras e o recebimento de informações externas, como previsto na Lei de Execução Penal.

Lula foi preso em abril, após o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) confirmar em segunda instância sua condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

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