Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer atrair a crise da segurança pública no Rio de Janeiro para o Palácio do Planalto e já pediu cautela aos seus auxiliares. Tanto é assim que até mesmo reuniões antes confirmadas por ministros, para tratar da crise, mudaram de local. Ainda na segunda-feira (30), por exemplo, um encontro previsto para ocorrer no Planalto, com a presença de Lula, foi transferido para o Ministério da Justiça, mas sem o presidente e os comandantes das Forças Armadas.
O governo negou que o compromisso estivesse agendado. Embora o Planalto se disponha a ajudar na solução dos problemas no Rio, Lula ficou escaldado com a guerra de facções na Bahia, Estado administrado pelo PT, e age para evitar que mais um desgaste caia no seu colo.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, conduziu o encontro com secretários da pasta e também do governo do Rio. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também estava presente. A força-tarefa investiga a lavagem de dinheiro pelo crime organizado no Rio e o Planalto destaca que tudo foi pedido pelo governador do Estado, Cláudio Castro.
Policiamento reforçado
O governo federal irá reforçar o policiamento no Rio de Janeiro no próximo final de semana em razão de jogos de futebol e da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O ministro da Justiça, Flávio Dino, informou que agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional irão atuar em locais com grande concentração de pessoas, como estádios e estradas.
“Serão dias intensos no Rio de Janeiro, por isso, replanejamos a atuação da PRF e da Força Nacional para o próximo final de semana, para apoiar o governo do Rio no policiamento ostensivo”, disse.
No sábado (4), será disputada a final da Taça Libertadores da América entre Fluminense e Boca Juniors. No domingo (5), haverá a aplicação das provas do Enem. No mesmo dia, estava previsto jogo entre Vasco e Botafogo, que foi transferido para segunda (6) conforme acertado entre o ministro Dino e o governador Cláudio Castro.
Na semana passada, criminosos queimaram 35 ônibus e até uma cabine de trem, provocando o caos em sete bairros da zona oeste da capital fluminense, após um líder miliciano ter sido morto em uma operação da Polícia Civil. Desde então, o governo federal anunciou medidas para apoiar o governo local, como envio de homens da Força Nacional.
Forças Armadas
Dino informou ainda que é um ponto de consenso o apoio das Forças Armadas no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, porém sem atuação nas ruas.
“Não haverá uma atuação urbana das Forças Armadas, em bairros e avenidas. Nada desse tipo. Essa esfera pertence neste momento às polícias estaduais, às polícias do Rio de Janeiro”, disse o ministro.
Segundo o ministro, o governo federal e o governador Cláudio Castro acertaram a atuação conjunta da PF e dos militares com as polícias estaduais.
Na próxima semana, será formalizado a criação de um comitê de inteligência, composto por integrantes dos governos federal e estadual, para identificar e acabar com fontes de financiamento das organizações criminosas que agem no Rio.
Na manhã dessa terça-feira (31), foi realizada reunião na Casa Civil, com a participação dos ministérios da Justiça e da Defesa, para definir como as Forças Armadas e a Polícia Federal irão apoiar o governo local. Conforme Dino, a proposta é que Exército, Marinha e Aeronáutica reforçam a segurança na fronteira do Rio com outros Estados, na Baía de Guanabara, nos portos e aeroportos respectivamente.