Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2024
Em seu discurso no Congresso, nessa segunda-feira (8), na cerimônia batizada de “Democracia Inabalada”, que relembrou os atos extremistas de 8 de janeiro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se referiu pelo menos duas vezes a seu adversário político, o ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de não ter falado seu nome. Numa delas, ao falar sobre a lisura do processo eleitoral brasileiro, sugeriu que os filhos do ex-presidente renunciassem seus mandatos como parlamentares caso não confiassem nas urnas.
“Aqui não tem ninguém que disputou tantas eleições quanto eu, que perdeu tantas vezes como eu e que ganhou tantas vezes como eu. Essa é a grande arma de participar. Mas, veja, eu fui para o 2º turno nas três primeiras que participei. Depois, ganhei outras quatro, tudo com voto eletrônico. Ficamos em 2º em 2018 com o Haddad e voltamos a ser primeiros em 2022. A pergunta que faço é: se houvesse a possibilidade de falsificar as urnas, será que eu teria ido tantas vezes para o 2º turno? Seria eleito tantas vezes presidente da República? Teríamos conseguido eleger a Dilma Rousseff naquela campanha de 2014 com clima de guerra estabelecido no País?”, questionou o presidente.
“As pessoas que duvidam das eleições e da legalidade da urna brasileira porque perderam as eleições… por que não pedem para seu partido renunciar todos os deputados e senadores que foram eleitos? Os três filhos dele (do ex-presidente Jair Bolsonaro): por que não renunciam em protesto à urna fraudulenta? É importante que a gente tenha clareza da importância da democracia.”
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) cumprem mandatos como senador, deputado federal e vereador do Rio de Janeiro, respectivamente.
Em seu discurso, Lula também opinou que, caso a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, o Brasil estaria numa crise econômica e política e citou Bolsonaro ao colocá-lo como mentor dos atos golpistas. Fez referências ainda a ameaças sofridas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, reveladas em entrevista.
“Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, muito mais do que móveis, vidraças e objetos históricos teriam sido roubados e destruídos”, disse. “Nosso país estaria novamente isolado do mundo e a Amazônia, em pouco tempo, reduzida às cinzas para a boiada e o garimpo ilegal passarem. Adversários políticos e autoridades constituídas poderiam ser fuzilados ou enforcados em praça pública, a julgar por aquilo que o ex-presidente golpista pregou em campanha e seus seguidores tramaram e tramam nas redes sociais.”